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OMS e UNICEF: escolas devem permanecer abertas e professores integrar grupo prioritário de vacinação

Foram 44 de 53 países europeus que decidiram encerrar as suas escolas no auge da primeira onda da pandemia em abril de 2020 e, embora a maioria tenha reaberto em setembro, o aumento das taxas de infeção gerou novas restrições e mais encerramentos em dezenas de países durante o outono e inverno.
30 Agosto 2021, 10h42

As escolas em toda a Europa devem permanecer abertas e com medidas de segurança reforçadas para funcionários e crianças, apelam a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Unicef, à medida que se aproxima o inicio de mais um ano letivo e a variante Delta, altamente transmissível, continua dominante no continente.

“A pandemia causou a interrupção mais catastrófica da educação da história”, afirmou cita o “The Guardian” as declarações de Hans Kluge, responsável da OMS na Europa, esta segunda-feira. “É vital que a aprendizagem baseada na sala de aula continue ininterrupta.”

Kluge referiu que enquanto a pandemia continuar, “educar as crianças com segurança num ambiente de escola física” é de “importância primordial para a educação, saúde mental e habilidades sociais” e deve tornar-se “um objetivo principal” para os governos.

Foram 44 de 53 países europeus que decidiram encerrar as suas escolas no auge da primeira onda da pandemia em abril de 2020 e, embora a maioria tenha reaberto em setembro, o aumento das taxas de infeção gerou novas restrições e mais encerramentos em dezenas de países durante os meses de outono e inverno.

Ausências em massa e frequentes encerramentos de escolas continuaram em vários países durante a primavera e o início do verão, com mais de um milhão de crianças, ou 14,3% da faixa etária, fora da escola por razões relacionadas à Covid-19 — quer seja por quarentenas obrigatórias ou simplesmente devido ao encerramento da escola.

“Incentivamos todos os países a manter as escolas abertas e instamos todas as escolas a adotar medidas para minimizar o risco de Covid-19 e a disseminação de variantes” ao longo do novo ano letivo, acrescentou Kluge numa declaração conjunta com o vice-diretor regional do Fundo das Nações Unidas para a Infância para a Europa e Ásia Central, Philippe Cori.

As duas organizações disseram que os professores e outros funcionários da escola devem ser os grupos-alvo principais dos programas nacionais de vacinação, acrescentando que todas as crianças com 12 anos ou mais com problemas de saúde subjacentes também devem ser vacinadas.

Os ambientes escolares também devem ter a segurança sanitária reforçada, melhorando a ventilação nas salas de aula, reduzindo o tamanho das turmas quando possível, mantendo as regras de distanciamento físico e testando regularmente os alunos e funcionários, recomendam as duas instituições.

“A pandemia não acabou”, alertou Cori. “As crianças e os jovens não podem correr o risco de ter mais um ano de aprendizagem interrompida. [Eles] têm sido as vítimas silenciosas da pandemia, e os mais marginalizados”.

A variante Delta altamente transmissível acrescentou uma camada extra de preocupação e complicação ao novo ano escolar, referiu a organização, com a alta incidência contínua do vírus na comunidade, tornando a transmissão nas escolas mais provável.

“A vacinação é a nossa melhor linha de defesa contra o vírus, enquanto continuamos a seguir as medidas de saúde pública e sociais que sabemos que funcionam, incluindo testes, rastreios, isolamento e quarentena”, disse Kluge.

“Para que a pandemia termine, devemos aumentar rapidamente as vacinações de forma justa em todos os países, incluindo o apoio à produção e partilha de vacinas”, sublinhou, acrescentando que os dados “mostraram claramente” que ser totalmente vacinado reduziu significativamente o risco de doenças graves e morte.

As duas organizações anunciaram um conjunto de oito recomendações, incluindo garantir que as escolas estivessem “entre os últimos lugares a encerrar e os primeiros a reabrir”, implementando testes eficazes, mitigação de riscos e estratégias de vacinação e protegendo o bem-estar mental e social das crianças.

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