A Organização Mundial da Saúde (OMS) abordou esta quarta-feira a desigualdade da distribuição das vacinas que tem acontecido nos países desenvolvidos e em desenvolvimento, com o diretor-geral da entidade a pedir mais rapidez no envio de vacinação para os países com baixos rendimentos.
“Globalmente, foram administradas 5,5 mil milhões de doses das vacinas, mas 80% foram administradas em países de alto e médio rendimento”, apontou o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus. “O objetivo global da OMS continua a ser suportar cada país na vacinação de 10% da população até ao fim do mês, 40% até ao fim do ano e 70% até meio do próximo ano”, referiu.
Numa contagem de vacinação, o diretor-geral assumiu que 90% dos países de elevado rendimento já atingiu o marco dos 10% e cerca de 70% atingiram os 70%. No entanto, “nenhum dos países de baixo rendimento atingiram os objetivos”.
O responsável máximo da OMS criticou ainda os países desenvolvidos relativamente às suas promessas de distribuição de vacinas que ficaram aquém dos valores. “Os países com rendimentos elevados prometeram doar mais de mil milhões de doses, mas menos de 15% dessas doses se materializaram”, constatou após uma análise interna dos números.
Com grandes objetivos por atingir na parte dos países com baixos rendimentos, Tedros assume mesmo que “a culpa não é deles”. “Ouvimos desculpas dos fabricantes e de alguns países com rendimentos elevados sobre como os países de rendimentos baixos não conseguem absorver as vacinas” e, consequentemente, administrá-las às populações.
“But because manufacturers have prioritised or been legally obliged to fulfil bilateral deals with rich countries willing to pay top dollar, low-income countries have been deprived of the tools to protect their people”-@DrTedros #VaccinEquity https://t.co/IcyJl2pDLc
— World Health Organization (WHO) (@WHO) September 8, 2021
Em conferência de imprensa, o diretor-geral relembrou que os “fabricantes prometeram priorizar a Covax e os países de baixos rendimentos”. “Não queremos mais promessas. Só queremos as vacinas”.
“Quase todos os países com baixos rendimentos estão a administrar as vacinas que possuem e têm uma ampla experiência em campanhas de vacinação em grande escala como, por exemplo, contra a poliomielite, sarampo, meningite e febre amarela”, disse. “Mas, como os fabricantes priorizaram ou foram legalmente obrigados a cumprir acordos bilaterais com países desenvolvidos dispostos a pagar mais caro, os países com baixos rendimentos foram privados das ferramentas para proteger as suas populações”.
Depois de ter estado presente na conferência do G20, Tedros Adhanom Ghebreyesus afirmou que “como os maiores produtores, consumidores e doadores de vacinas do mundo, as principais 20 economias do mundo têm a chave para a igualdade das vacinas e o fim da pandemia”.
“Agora é a verdadeira hora da liderança, não de promessas vazias”, considerou o diretor-geral da OMS.
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