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Investir na agricultura pode impedir migração jovem, revela ONU

Fortalecer a economia rural em países em desenvolvimento deve ser prioridade para aqueles que se preocupam com a migração internacional, revela novo relatório da Organização das Nações Unidas.
Stringer/Reuters
15 Outubro 2018, 21h38

O desenvolvimento da economia rural nos países em desenvolvimento deve ser uma prioridade para aqueles que se preocupam com a migração internacional, diz um novo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas), noticiado esta segunda feira, pelo ”The Guardian”.

”A agricultura, principal foco do desenvolvimento rural, recebe recursos e atenção inadequados”, declara o relatório. ”A modernização da agricultura em áreas empobrecidas poderá gerar benefícios substanciais, aumentando a produtividade e proporcionando a força necessária para manter os jovens no país em vez de migrarem para as grandes cidades”, concluiu o estudo.

O relatório ”Estado da Alimentação e Agricultura de 2018”, da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, em inglês), centra-se na migração, agricultura e desenvolvimento rural. Os investigadores descobriram que, embora a migração estimule o crescimento económico em muitos aspetos, também pode ter impactos negativos e às vezes pode ser um sintoma de falhas no investimento e na promoção de recursos agrícolas e alimentares.

“A migração rural está intimamente ligada não só com a agricultura e o desenvolvimento rural, mas também com o desenvolvimento geral das sociedades”, revelou José Graziano da Silva, diretor geral da FAO, no prefácio do relatório.

Empregos denominados por “cadeias de valor agrícolas” podem proporcionar oportunidades para pessoas que vivem perto do campo, o que poderá ser uma opção viável para aqueles que não querem imigrar. Melhorar a agricultura, as infraestruturas e serviços, como saúde, educação e social nas áreas rurais pode reduzir a migração para as cidades.

“[O relatório] acompanhou o processo gradual em que a mão-de-obra é transferida da agricultura para setores mais produtivos, muitas vezes localizados em áreas urbanas, contribuído para o aumento da renda e do desenvolvimento económico, social e humano. Em muitos países com rendas altas, esse processo chegou ao ponto em que a agricultura e as áreas rurais são economicamente viáveis ​​apenas na medida em que a mão-de-obra imigrante está disponível”.

Há muito mais migração dentro dos países do que internacionalmente, mas o assunto recebe muito menos atenção. Mais de mil milhão de pessoas que vivem em países em desenvolvimento mudaram internamente, com 80% desses movimentos envolvendo uma área rural. A migração entre países em desenvolvimento também é um pouco maior do que a migração de países pobres para países ricos.

 

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