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ONU teme graves problemas na distribuição de cereais após explosões em Beirute

“Recebi uma curta mensagem de um responsável da FAO em Beirute: ‘Tememos que uma grande parte das reservas de trigo que estavam no porto (de Beirute) tenham sido destruídas pelas explosões’. As reservas estão gravemente danificadas”, disse Dominique Burgeon, responsável pelas situações de emergência da agência da ONU à agência France-Presse, em Paris.
5 Agosto 2020, 13h40

A agência das Nações Unidas para a agricultura e alimentação (FAO) alerta que a destruição dos silos de cereais no porto de Beirute, atingido por explosões na terça-feira, pode provocar problemas na distribuição de farinha.

“Recebi uma curta mensagem de um responsável da FAO em Beirute: ‘Tememos que uma grande parte das reservas de trigo que estavam no porto (de Beirute) tenham sido destruídas pelas explosões’. As reservas estão gravemente danificadas”, disse Dominique Burgeon, responsável pelas situações de emergência da agência da ONU à agência France-Presse, em Paris.

“Receamos que possa ocorrer em breve um problema de disponibilidade de farinha no país (Líbano)”, acrescentou.

O preço dos produtos alimentares está cada vez mais inflacionado no Líbano, país atingido por uma profunda crise económica.

A inflação atingiu os 109% entre setembro de 2019 e maio de 2020, de acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas.

Por outro lado, Maya Terreo, fundadora da Food Blessed, organização não-governamental libanesa que distribui ajuda alimentar às populações necessitadas, afirmou que o porto, seriamente atingido pela explosão, é o “principal ponto de entrada das importações”.

“O Líbano importa 80% da comida que consome”, lamentou Maya Terreo.

Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute na terça-feira, causando mais de uma centena de mortos e mais de 4.000 feridos, segundo o último balanço feito pela Cruz Vermelha.

Até 300.000 pessoas terão ficado sem casa devido às explosões, segundo o governador da capital do Líbano, Marwan Abboud.

As violentas explosões deverão ter tido origem em materiais explosivos confiscados e armazenados há vários anos no porto da capital libanesa.

O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, revelou que cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio estavam armazenadas no depósito do porto de Beirute que explodiu.

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