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Opção pela não vacinação provoca crise global. Mais de 320 mil novos casos de sarampo no espaço de um ano

O medo e a desinformação foram apontadas como as principais causas para os pais não vacinarem os filhos. Entre os países mais afetados a nível global, encontra-se um país europeu: França, onde foram registados mais de dois mil casos apenas num ano.
19 Junho 2019, 12h07

No espaço de apenas um ano foram registados mais de 320 mil casos de sarampo em 14 países à volta do mundo, entre abril de 2018 e e março de 2019. A opção pela não vacinação está a provocar uma verdadeira crise a nível global.

Países que estavam perto de eliminar o sarampo estão a registar grandes surtos. Entre 2016 e 2017, os casos de sarampo subiram 30% em todo o mundo, segundo os dados avançados pela BBC.

Os países mais afetados foram Madagáscar (84 mil casos), Ucrânia (78 mil) e o Paquistão (22 mil). Mas entre os 14 países mais afetados a nível global existe um país europeu: França onde foram registados mais de dois mil casos.

A desacreditação da vacinação significa que o mundo está a dar um passo atrás na luta contra as doenças mortais, avisam os peritos à ‘BBC’. Um dos maiores estudos globais na área da saúde indicou que a confiança nas vacinas se encontra em mínimos em algumas regiões.

Recolhidas mais de 14 mil opiniões de 140 países, 79% pensa que as vacinas são seguras, enquanto 7% discordam da opinião dos primeiros. Quando questionados sobre se estas realmente funcionam, 84% dos inquiridos concordam que estas protegem, enquanto 5% não partilha a mesma opinião.

Está comprovado cientificamente que a vacinação é a melhor defesa contra as doenças mortais e infeções debilitantes, como o sarampo. De facto, os estudos garantem que a vacinação já erradicou doenças como a varíola e está perto de erradicar a poliomielite, ou pólio.

No entanto, com a falta de crédito que as vacinas estão a ter no redor do mundo, o sarampo está a surgir novamente. O medo e a desinformação foram apontadas como as principais causas para os pais não vacinarem os filhos.

“A vacinação hesitante tem potencial, pelo menos em alguns lugares, de realmente impedir o progresso real que o mundo tem feito no controlo de doenças evitáveis ​​por vacinação”, disse a doutora Ann Lindstrand. “Qualquer ressurgimento que vemos nessas doenças é um passo inaceitável para trás”, sublinhou.

No caso do sarampo, que tem reaparecido, os dados mostram um aumento 30% em 2017, do que em 2016. Ainda assim, o que muitos não se apercebem é que a decisão de não vacinar representa um risco para os outros, segundo os especialistas.

Muitas celebridades norte-americanas estão a apoiar um decreto-lei que pretende abolir a obrigação das vacinas. O maior apoiante desta medida, e principal responsável pela recolha de assinaturas é Robert F. Kennedy Jr, sobrinho do póstumo presidente John F. Kennedy.

Das celebridades que já assinaram o decreto-lei encontram-se Alicia Silverstone, Jim Carrey, Rob Schneider, Lisa Bonet, Selma Blair, Charlie Sheen, Robert DeNiro e Donald Trump, segundo a lista divulgada pela revista ‘Rolling Stones’.

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