A OPEP manteve hoje as previsões de um aumento anual de 1,3% da procura mundial de petróleo tanto em 2025 como em 2026 e espera um aumento significativo no próximo trimestre devido às férias de verão no hemisfério norte.
“A economia mundial continua a apresentar uma tendência de crescimento constante, apesar dos recentes desenvolvimentos relacionados com as tarifas”, declarou a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) no relatório mensal de maio, publicado em Viena.
Contando com um crescimento económico mundial de 2,9% em 2025, ligeiramente inferior ao estimado há um mês, os analistas da OPEP sublinham a força dos “fundamentos do mercado”, apesar da forte pressão descendente sobre os preços do petróleo em abril.
“A procura mundial de petróleo deverá crescer 1,3 milhões de barris por dia este ano, sem alterações em relação à avaliação do mês passado”, para uma média de 105 milhões de barris por dia, refere.
Outros 1,28 milhões de barris por dia serão adicionados em 2026, elevando o consumo total de petróleo bruto para 106,3 milhões de barris por dia, acrescenta o documento.
A visão otimista da OPEP contrasta com a mais cautelosa da Agência Internacional da Energia (AIE), que prevê um ritmo de crescimento mais lento este ano, de 730.000 barris por dia, e um aumento de 690.000 barris por dia ou seja, um abrandamento em 2026, altura em que o consumo total atingirá uma média de 104,23 milhões de barris por dia.
Mas, segundo a OPEP, o consumo do “ouro negro” será impulsionado “pela forte procura do transporte aéreo e pela boa mobilidade rodoviária, incluindo o transporte rodoviário”.
Este setor contribuirá para que o mundo queime um total de 106,19 milhões de barris por dia entre julho e setembro, um aumento de 800.000 barris por dia em relação ao trimestre em curso, devido ao aumento das viagens durante o verão setentrional, prevê.
Neste contexto, os combustíveis de transporte, como a gasolina, a parafina de aviação e o gasóleo, são os produtos petrolíferos que lideram o crescimento da procura.
A isto junta-se “o bom estado das atividades industriais, de construção e agrícolas nos países não pertencentes à OCDE”, que serão os que mais contribuirão para o aumento do consumo de crude, com cerca de 1,2 milhões de barris por dia adicionais este ano e no próximo.
Em consonância com esta visão, a aliança OPEP+ (OPEP e aliados, incluindo a Rússia) começou a abrir as torneiras em abril para trazer de volta 2,2 milhões de barris por dia que retirou em 2023, e concordou em acelerar o processo em maio e junho, com um aumento total de quase um milhão de barris por dia prevendo-se que continue o ritmo a partir de julho.
De acordo com os analistas, estes aumentos, juntamente com a guerra comercial desencadeada pelas tarifas de importação impostas pelos EUA, fizeram com que o petróleo caísse quase 15% em abril, a maior queda mensal desde novembro de 2021.
O Brent e o West Texas Intermediate (WTI) recuperaram muito do terreno que perderam nos últimos dias.
Na sequência de um acordo alcançado entre Washington e Pequim para reduzir drasticamente os direitos aduaneiros, o Brent e o WTI recuperaram hoje muito do terreno que perderam nos últimos dias, para cerca de 66 e 63 dólares, respetivamente.
No relatório, a OPEP atribui grande parte da queda dos preços do mês passado à atividade especulativa.
“Os fundos especulativos e outros gestores de fundos aceleraram a liquidação das posições em alta (…), contribuindo para o aumento da volatilidade. Entre 01 e 29 de abril, os especuladores venderam cerca de 149 milhões de barris por dia (em contratos de entrega futura de crude)”, refere a organização.
Os peritos da organização insistem que, ao mesmo tempo, há sinais claros de “confiança persistente do mercado no equilíbrio entre a oferta e a procura a curto prazo”.
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