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Ópera de Philip Glass e dança de Dimitris Papaioannou na nova temporada do CCB

No teatro, entram ainda “Ensaio de Orquestra”, de Tónan Quito, inspirado no filme homónimo de Federico Fellini, em março do próximo ano, Miguel Loureiro com “Boom!”, em abril, e o Teatro Praga com “A Sagração da Primavera”, em junho, com música de Igor Stravinsky.
Centro Cultural de Belém
21 Setembro 2021, 16h27

A ópera “Orphée”, do músico Philip Glass, a nova criação do coreógrafo Dimitris Papaioannou, “Transverse Orientation”, e “O Duelo”, de Kleist, com encenação de Carlos Pimenta, vão entrar na temporada 2021/2022 do Centro Cultural de Belém, em Lisboa.

Estes são alguns dos destaques, da programação até julho de 2022, hoje anunciados em conferência de imprensa pela administração do Centro Cultural de Belém (CCB), presidida por Elísio Summavielle, a partir de uma programação denominada “Mundos”, só completamente revelada até janeiro do próximo ano, e que será depois anunciada em pormenor trimestralmente.

A ópera de câmara em dois atos “Orphée” (1993), do compositor norte-americano Philip Glass, terá três apresentações em janeiro de 2022, sobre o mito grego de Orfeu – que move os céus e a terra para trazer do mundo dos mortos a sua amada Eurídice – com encenação do brasileiro Felipe Hirsch, enquanto em fevereiro será a vez de evocar a obra de teatro e música de Gil Vicente, num colóquio internacional.

“Transverse Orientation”, peça de dança do artista plástico e coreógrafo grego Dimitris Papaioannou, na qual a luz é o elemento central, estará em palco em dezembro, em coapresentação com o Teatro Municipal do Porto – Rivoli, enquanto a peça “O Duelo”, baseada na novela romântica em estilo policial escrita em 1811 por Heinrich von Kleist, traduzida por Maria Filomena Molder, também responsável pela dramaturgia, com encenação de Carlos Pimenta, também estará no palco do Grande Auditório, em novembro.

Ainda na dança, área à qual Delfim Sardo, administrador com o pelouro da programação, disse ter sido dada “atenção especial” nesta nova temporada, regressa ao CCB a Companhia Paulo Ribeiro, no final de outubro, com a peça “Segunda 2”, e a coreógrafa Clara Andermatt apresentará “Pantera”, em março de 2022.

No teatro, entram ainda na nova temporada “Ensaio de Orquestra”, de Tónan Quito, inspirado no filme homónimo de Federico Fellini, em março do próximo ano, Miguel Loureiro com “Boom!”, em abril, e o Teatro Praga com “A Sagração da Primavera”, em junho, com música de Igor Stravinsky, interpretada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Delfim Sardo disse, a propósito da área da música, que o CCB irá continuar as parcerias com as orquestras, além da Metropolitana, também a Orquestra Sinfónica Portuguesa e a Orquestra de Câmara Portuguesa, com vários concertos e espetáculos.

Nesta área, foi dada “carta branca”, para janeiro, ao músico Jonathan Uliel Saldanha, que apresentará um concerto em colaboração com o trompetista e ativista Florence Lugemwa, o percussionista Omutaba, e com a participação da Kampala Prison Brass Band.

Ainda este ano, a 22 e 23 de outubro próximo, regressa o Festival Big Bang, em 11.ª edição, pela Fábrica das Artes, com música antiga, contemporânea, fado, sapateado e instalações. Em novembro, Mísia e Helder Moutinho terão concertos no âmbito do Há fado no Cais.

Para a programação da garagem Sul – Exposições de Arquitetura, entre 28 de setembro e até final de janeiro de 2022, estará patente a exposição “At Play: Arquitetura & Jogo”, uma mostra que liga a brincadeira e a imaginação, experiências construídas e narrativas mitológicas, com curadoria de David Malaud.

Na área de pensamento, a temática dos diversos “Mundos” e pontes entre eles, irá surgir na programação com vários ciclos, a começar por “Kleist: O(s) sentido(s) da justiça”, com conferências de José Bragança de Miranda, José Gomes Pinto, José Miranda Justo e Maria Filomena Molder, entre outubro e novembro, e os “Diálogos de Estética”, com a participação, entre outros, dos filósofos Jacques Ranciére, Jean-Marie Schaeffer e Marie-José Mondzain.

Está ainda previsto um colóquio internacional “Gil Vicente: 500 anos”, a 04 de fevereiro de 2022, para celebrar a tragicomédia vicentina “As Cortes de Júpiter”, adotada como primeiro título do Laboratório de Ópera Portuguesa, do ponto de vista da musicologia, em que serão apresentados os mais recentes estudos sobre a obra vicentina, segundo a programação.

O colóquio internacional, realizado em parceria com o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical da Universidade Nova de Lisboa, terá direção científica de Manuel Pedro Ferreira.

Questionado pela agência Lusa sobre o motivo da maior atenção à dança nesta programação, Delfim Sardo precisou que está relacionada com a sua “situação mais frágil”, por comparação ao teatro, “que tem inúmeros espaços de apresentação”, em Lisboa.

E sobre a opção de anunciar a programação anual de forma completa a cada três meses, está relacionada com “a incerteza que ainda persiste sobre a evolução da pandemia”, e as subjacentes razões ecológicas, “para evitar os gastos nas enormes quantidades de papel que no ano passado foram deitados ao lixo”, devido a cancelamentos e adiamentos de espetáculos.

No entanto, o CCB conta já poder “voltar a uma situação o mais normal possível” a partir de outubro, e ter a lotação das suas salas de espetáculos com cem por cento de público.

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