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Operação Marquês: Será “absolutamente indigno” que Salgado tenha de ir a tribunal, defende advogado

Advogado de Ricardo Salgado afirma que há todos os dias do ano diligências no tribunal relacionadas com o seu cliente. “Já se está a criar uma situação em que há vários processos que envolvem o nosso cliente no mesmo dia. Ele já não se pode defender, como sabem, e agora, a defesa também não se pode multiplicar para o defender”, critica Francisco Proença Carvalho.
André Kosters/lusa
17 Março 2025, 12h46

O advogado de Ricardo Salgado, um dos 22 arguidos da Operação Marquês, lamentou esta segunda-feira que durante todos os dias úteis do ano (fora o período de férias judiciais) haja processos relacionado com o seu cliente e adiantou querer evitar que o antigo dono do BES, que padece de Alzheimer, seja julgado e que tenha de se deslocar ao tribunal quando não se pode defender. “Seria absolutamente indigno” repetir o que aconteceu em outubro, no primeiro dia de julgamento do caso BES/GES, defendeu Francisco Proença Carvalho, recordando o dia em que o antigo presidente do BES surgiu no tribunal amparado pela mulher e pelo próprio advogado.

“O meu cliente padece de Alzheimer, a situação não melhora, não pode prestar declarações, não tem condições para se auto defender. Será absolutamente indigno que tenha de acontecer uma situação dessas” no julgamento que arranca a 3 de julho, disse.

Questionado se pretende pedir para que o cliente não compareça no julgamento da Operação Marquês, e se espera que o tribunal aceite, Francisco Proença Carvalho respondeu: “Tenciono que o meu cliente não seja julgado criminalmente quando não se pode auto defender. Já há jurisprudência em Portugal que evoluiu [nesse sentido].”

O advogado do antigo dono do BES criticou que o tribunal não tenha tido em conta que haja diligências durante os dias do ano, tendo em conta as diligências relacionadas com o caso BES/GES e as da Operação Marquês. “Na separação que se fez dos processos, criaram-se vários mega processos, que envolvem um arguido que já não se pode defender, não pode vir cá”, reforçou.

“Já se está a criar uma situação em que há vários processos que envolvem o nosso cliente no mesmo dia. Ele já não se pode defender, como sabem, e agora, a defesa também não se pode multiplicar para o defender”, apontou ainda.

Interrogado sobre por que razão decidiu a juíza Susana Seca marcar o início do julgamento da Operação Marquês para 3 julho, imediatamente antes das férias judiciais, o advogado de Ricardo Salgado disse que o argumento usado prende-se com o facto de ser “um processo urgente”.

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