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“Orçamento de Estado não é profundo o suficiente” e devia captar mais investimento estrangeiro

As declarações foram feitas por economistas durante conferência sobre Orçamento do Estado, um evento organizado pelo Jornal Económico (JE) em conjunto com a EY.
Crédito: Cristina Bernardo
25 Outubro 2022, 11h48

A economista Marta Mariz considerou, esta terça-feira, que o Orçamento do Estado para 2023 é um documento “tímido” que não é “profundo o suficiente”. Já Pedro Braz Teixeira coloca a tónica na necessidade de captar mais investimento estrangeiro.

As declarações foram feitas durante conferência sobre Orçamento do Estado, um evento organizado pelo Jornal Económico (JE) em conjunto com a EY.

“O OE é tímido, não é profundo o suficiente nas suas alterações”, disse Marta Mariz, acrescentando que apesar de tudo o documento contém “boas ideias, ideias que vão no sentido certo”. Para a economista este é “um orçamento de prudência”.

No que toca à carga fiscal, Marta Mariz referiu que “aí perdemos em toda a linha” e que Portugal tem uma media de 3,5% pontos percentuais de diferencial em relação à União Europeia.

Durante a sua intervenção, sublinhou ainda que ao Orçamento do Estado “faltam instrumentos de gestão” e afirmou que, no que diz respeito às empresas, é preciso apostar na formação. “Precisamos de crescer naquilo que é a gestão das nossas empresas”, frisou.

Por sua vez, Pedro Braz Teixeira apontou que “temos que olhar para este orçamento em conjugação com os anteriores”. Assim, é preciso ver a economia pelo seu todo e, segundo o especialista, a economia portuguesa é caracterizada por um “fraco crescimento”. “Estamos a ser ultrapassados por países que entraram mais tarde na União Europeia”, destacou.

Pedro Braz Teixeira reconheceu que “apesar das queixas não tem sido muito má a criação de emprego”, mas por outro lado “tem sido péssima a produtividade”. O especialista aponta que, em termos de produtividade, Portugal tem “64% da média europeia”.

O economista defendeu ser necessário “atrairmos investimento estrangeiro”, sendo que este investimento se vai traduzir em “mais capacidade, mais gestão, mais mercados”.

Além disso, Pedro Braz acredita ser fundamental “facilitar a transferência de recursos das empresas menos produtivas para as mais produtivas”. Este é o “momento ideal para um consolidação” e para as “empresas comprarem outras mais frágeis”, acredita.

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