Durão Barroso, que foi presidente da Comissão Europeia durante dois mandatos e chegou a ser primeiro-ministro de Portugal, disse que é fundamental os Estados-membros da NATO reforçarem o investimento em defesa porque “os tempos assim o obrigam”, mas afirma que o objetivo de 5% é demasiado ambicioso.
Em entrevista à Antena 1, Durão Barroso defende um aumento do orçamento da defesa para os 3,5% do PIB. Esse é um objetivo equilibrado, afirmou, numa altura em que o próprio secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, já propôs oficialmente que os líderes da NATO subscrevam um aumento para 5%. A proposta não é, contudo, dele: emana da Casa Branca.
A cerca de duas semanas da Cimeira da NATO em Haia Durão Barroso lembra que, além do calendário, é necessário definir o quadro em que este investimento vai ser concretizado. O antigo presidente da Comissão pede que o reforço seja feito a pensar na economia europeia.
Na entrevista, a propósito dos 40 anos da assinatura do Tratado que abriu portas à entrada de Portugal na União Europeia, Durão Barroso assume que está preocupado com o aumento dos populismos em vários países da Europa e admite que há vários riscos.
Ainda assim, o antigo presidente da Comissão prefere olhar para o futuro com esperança, lembrando que em alguns países posições mais extremistas já perderam ritmo. Quatro décadas depois, Durão Barroso não tem dúvidas do passo gigante que Portugal deu quando se juntou à então Comunidade Económica Europeia: o país deixou de estar de costas voltadas para a Europa e para o mundo, salienta.
Mas Durão Barroso entende que Portugal “perdeu pontos em relação a alguns países da Europa Central e de Leste, que já estão com uma riqueza per capita mais elevada”. Mas, contas feitas, o antigo primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros reitera que é inegável uma “convergência geral de modernização”.
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