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Outubro começa com paralisação no mercado norte-americano

“A paralisação envolverá sobretudo despedimentos temporários e/ou permanentes de funcionários federais, mas para os mercados, a questão fundamental é o adiamento do relatório dos dados do emprego de sexta-feira, que, de acordo com a sua declaração, o BLS não publicará durante a paralisação”, referem os analistas da XTB.
bolsa de Lisboa PSI
2 Outubro 2025, 07h00

Outubro não começou da melhor maneira para os mercados e para os investidores, uma vez que a maior parte das agências federais norte-americanas suspenderam as suas atividades, depois do país ter ficado sem orçamento.

“A paralisação envolverá sobretudo despedimentos temporários e/ou permanentes de funcionários federais, mas para os mercados, a questão fundamental é o adiamento do relatório dos dados do emprego de sexta-feira, que, de acordo com a sua declaração, o BLS não publicará durante a paralisação”, referem os analistas da XTB.

A falta de divulgação de dados económicos poderá provocar “tensões nos mercados acionistas, mas também complique os preparativos da Reserva Federal dos EUA (Fed) para a sua próxima decisão sobre as taxas de juro”, salientam.

Os analistas explicam ainda que “historicamente, as paralisações governamentais costumam levar a alguma volatilidade inicial e receio por parte dos investidores”.

Esta incerteza alimentou o rally nos preços do ouro.

Esta paralisação acontece depois do presidente norte-americano, Donald Trump ter cancelado as reuniões entre democratas e republicanos no início da semana, por considerar as suas exigências “pouco sérias”.  “Os democratas estão a exigir uma prorrogação dos subsídios que limitam os custos do seguro de saúde sob a Lei de Cuidados Acessíveis, que estão prestes a expirar. Essa foi uma das medidas incluídas nos cortes do Medicaid promulgados na One Big Beautiful Bill (Grande e Bela Lei) de Trump, aprovada no início deste ano”, sublinham os analistas.

O principal impacto desta paralisação vai ser a não divulgação de dados económicos, contudo os analistas da XTB referem que “uma paralisação é importante por muitas razões além dos mercados financeiros, mas o seu impacto inicial sobre os preços das ações deve ser mínimo — embora muito dependa da sua duração”.

Para o analista Henrique Valente, da ActivTrades Europe “uma paralisação de curta duração não deverá afetar de forma relevante a economia dos EUA, sendo que o risco só aumenta se o impasse se prolongar por várias semanas. Os investidores encaram estes episódios como parte do jogo político em Washington e geralmente esperam uma resolução sem consequências estruturais”.

Do lado da Europa o dia foi positivo, mesmo com os dados da inflação europeia a mostrarem uma subida de 0,2 pontos percentuais face a agosto, chegando aos 2,2%. “A inflação no bloco da moeda única terá subido este mês, para 2,2%, devido a ajustes de custos energéticos, que podem ser pontuais, sendo que o ritmo de aumento no cabaz core permaneceu estável”, refere o analista do Millennium Investment Banking, Ramiro Loureiro.

A bolsa de Lisboa fechou quarta-feira a disparar 1,05% para 8.041,23 pontos, atingindo o número mais elevado de pontuação desde 2011.

O setor energético liderou a sessão, com a EDP Renováveis, que disparou 5,54% para 11,82 euros, seguida da Galp, que subiu 3,26% para 16,63 euros.

Esta quarta-feira, a paralisação norte-americana deve continuar, enquanto em Portugal o BdP divulga a execução orçamental, sendo que o Estado já arrecadou um excedente de 2.327,6 milhões de euros até julho.

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