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“País não precisa de anúncios”. Catarina Martins avisa Governo mas mantém abertura à negociação

“O que esperamos não é que o Governo aceite todas as propostas do Bloco de Esquerda, é que pelo menos faça contrapropostas sobre estes objetivos e que tenha essa capacidade de ter um efeito concreto na vida das pessoas”, realçou Catarina Martins.
  • catarina_martins_oe_2020
    António Cotrim/Lusa
15 Outubro 2020, 13h15

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins sublinhou esta quinta-feira, 15 de outubro, que “o país não precisa de anúncios” referindo-se ao Orçamento do Estado para 2021 a partir da sede do partido.

“O que o país não precisa é de anúncios que, por altura do orçamento, até possam ser simpáticos”, frisou Catarina Martins recordando que “ao longo de vários meses debatemos com o Governo medidas muito especificas e o que esperamos não é que o Governo aceite todas as propostas do Bloco de Esquerda, é que pelo menos faça contrapropostas sobre estes objetivos e que tenha essa capacidade de um efeito concreto na vida das pessoas”.

“Mantemos as portas abertas à negociação, mas também dizemos de uma forma muito franca que não nos comprometeremos quando os anúncios não correspondam ao efeito real na vida das pessoas”, garantiu a líder bloquista referindo não existir datas para novas negociações com o Governo apesar da disponibilidade do partido para tal.

Catarina Martins frisou que o Bloco não acrescentará qualquer tipo de proposta e como tal, mantém o mesmo posicionamento em matérias que vão desde a saúde aos apoios sociais.

“O pais precisa de soluções”, destacou Catarina Martins que pede “esforço e vontade para resolver cada um dos impasses que temos pela frente”. No que toca ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), a representante do BE assegurou que, nesta matéria, o OE 2021 “não dá garantia de ter um Serviço Nacional de Saúde que responda a este momento tão exigente”.

Para Catarina Martins, o reforço no SNS para responder a “problemas covid e não covid”, bem como “os concursos médicos” que  “se nada for feito para contratação de médicos, vão continuar a ficar vazios”, são alguns dos problemas que o executivo de António Costa terá de resolver para que os bloquistas comecem a ver o Orçamento do Estado para 2021 com outros olhos.

“E é por isso que para nós é tão importante não termos um Orçamento do Estado que olhe para a saúde tal como está em 2020”, apontou Catarina Martins lembrando que “o que está no Orçamento do Estado para 2021 é o que já estava no Orçamento do Estado para 2020”. “Não queremos simplesmente que o Orçamento inscreva mais dinheiro e profissionais no Sistema Nacional de Saúde, isso já fizemos em 2020”, acrescentou.

Além da Saúde, o Bloco de Esquerda assegura ter feito propostas “concretas no que diz respeito à proteção social”, explicou Catarina Martins que pede “mecanismos concretos para proteger as pessoas” numa altura em que os “despedimentos são baratos e fáceis como no tempo da troika”. Nesta matéria, a líder dos bloquistas lembrou que, além do OE2021, existe um “programa de recuperação com fundos europeus”, que não oferece garantias que “o financiamento vá ser em nome do emprego e do salário”.

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