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Países Baixos: imigração determina fim do governo. Ou talvez não

A extrema-direita deixou a coligação que governava os Países Baixos, alegando que a política de imigração não é a que estava combinada. Mas pode ter em vista conseguir governar sozinho, num quadro de eleições antecipadas.
3 Junho 2025, 11h02

Geert Wilders, líder do Partido pela Liberdade (PVV), de extrema-direita – e que ganhou as últimas eleições legislativas – saiu da coligação que liderada os Países Baixos, alegadamente porque o executivo não estaria a cumprir aquilo que tinha sido acordado em termos de política de imigração. “Comprometi-me pela política de asilo mais rigorosa, não pela queda da Holanda. É aqui que termina a nossa responsabilidade”, disse, citado pela comunicação social, o líder do PVV que, não deu na altura qualquer informação adicional.

Oficialmente, o partido de Winders (que não faz parte do elenco governativo) sai do governo por questões que têm a ver com imigração – mas isso , segundo dizem alguns comentadores, pode ser apenas um sintoma de que o líder da extrema-direita está convencido de que, se houver eleições antecipadas, o seu partido poderá finalmente ganhar com a dimensão necessária e suficiente para não ter de recorrer a uma coligação com partidos da direita tradicional.

Recorde-se que Winders ganhou as eleições de novembro de 2023, mas teve dificuldade em formar governo. Em primeira instância, as forças parlamentares recusaram aceitar a proposta de um governo formado apenas pelo PVV. Mas, depois de uma crise política que, para os cânones locais, se prolongou até ao limite do suportável, os extremistas acabaram por encontrar na direita tradicional a coligação possível. O primeiro-ministro, Dick Schoof, lidera uma coligação formada por quatro partidos políticos, constituída há 11 meses.

A decisão de Wilders abre um caminho a prováveis eleições antecipadas nos próximos meses. Nos estudos de opinião, o seu partido continua a ser o mais forte, mas tem perdido tração desde que entrou para o governo. A demissão pode ser uma saída para resolver essa questão. Com as propostas extremistas a serem cada vez mais procuradas pelos eleitores europeus – especialmente pelo centro da Europa – Wilders pode estar a antever a possibilidade de conseguir uma maioria absoluta.

Seja como for, não escapou à acusação de “traidor”, nem de ser considerado um ‘terrorista’ que está a engendrar uma forma de conseguir governar sozinho à custa da estabilidade do país.

Mas há quem defenda outras opções: Van Vroonhoven (NSC): ‘Gabinete minoritário certamente é uma opção’

A líder do NSC, Van Vroonhoven, democrata-cristã, deixa a porta aberta para um gabinete minoritário, agora que o PVV retirou os seus ministros. “É uma opção, mas existem outras.”

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