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Pandemia afetou todos os transportes. Viagens aéreas foram as mais afetadas em 2020

Os principais aeroportos verificaram uma diminuição de -77,5% em Faro, -70,3% em Lisboa e de -66,2% no Porto, tendo sido estes aeroportos os mais afetados pela pandemia em Portugal.
5 Novembro 2021, 11h51

A pandemia teve um impacto negativo em todos os modos de transporte em Portugal, com todos a observarem decréscimos no número de passageiros transportados. Numa análise do Instituto Nacional de Estatística (INE), o meio de transporte que mais sofreu em 2020 foi o aéreo de passageiros, apresentando uma quebra de 69,4%.

Seguiu-se o uso de metropolitano, numa quebra de 47,8%, um impacto de -42,8% no transporte fluvial, de -42% no rodoviário e de -41,7% no ferroviário. No ano anterior, todos estes meios de transportes tinham verificado um aumento homólogo de 10,6%, 6,7%, 4,2% e de 10,6%, pela mesma ordem.

Numa análise detalhada, o gabinete estatístico nota que no ano passado foram transportados 102,2 milhões de passageiros por comboio, num decréscimo de 41,7%, em resultado da pandemia. “O volume de transporte diminuiu 48,6% (+10,6% em 2019), correspondendo a 2,6 mil milhões de passageiros-quilómetro”.

O metropolitano transportou 141,0 milhões de passageiros em 2020, correspondendo à quebra de 47,8%. “O Metropolitano de Lisboa registou a maior diminuição (-50,5%, após +8,2% em 2019), tendo transportado 90,6 milhões de passageiros. O Metro do Porto transportou 39,4 milhões de passageiros, apresentando um decréscimo de 44,7% (+13,9 em 2019). Ao Metro Sul do Tejo coube a menor diminuição entre os três sistemas de metropolitano (-29,8%, após +26,4% em 2019), correspondendo-lhe 10,9 milhões de passageiros”, escreve o INE.

“O movimento de passageiros nos aeroportos e aeródromos nacionais em 2020 ascendeu a 18,4 milhões (-69,4%, +6,8% em 2019). Nos principais aeroportos, o movimento de passageiros registou as seguintes diminuições: -70,3% em Lisboa (+7,4% em 2019), -66,2% no Porto (+9,8% em 2019), -75,5% em Faro (+3,7% em 2019), -65,1% no Funchal (+0,8% em 2019) e -65,4% em Ponta Delgada (+6,3% em 2019)”, nota o gabinete estatístico.

Em termos de mercadoria, os aeroportos nacionais observaram decréscimos menos acentuados: -29,4% no movimento de carga (totalizando 136,3 mil toneladas) e de -39,5% no movimento de correio (10,7 mil toneladas).

Relativamente ao transporte rodoviário, o parque de veículos em circulação manteve-se em 7,0 milhões de veículos, registando-se, pela primeira vez, “um decréscimo ainda que pouco expressivo” de -0,1%. O número de veículos matriculados e cancelados diminuiu fortemente em 2020, com menos 28,3% e de menos 13,4%, respetivamente. No total do ano foram matriculados 293,6 mil veículos e canceladas 120,7 mil matrículas.

“As vendas de veículos (novos) ligeiros de passageiros diminuíram significativamente em 2020 (-35,0%; -2,0% em 2019) e atingiram 145,4 mil veículos. O único mês a registar um aumento nas vendas foi fevereiro, com 20,3 mil veículos (+7,4%). Tal como nos veículos novos, a venda de ligeiros de passageiros importados usados diminuiu em 2020 (-26,9%; +2,9% em 2019) para 58,1 mil veículos”, descreve.

O número de passageiros transportados diminuiu fortemente na pandemia, tendo sido transportados 328,2 milhões de passageiros (-42,0%). A oferta de transporte rodoviário reduziu para 20,3 mil milhões de lugares-km, com 92,4% (+10,9 p.p.) a ser disponibilizado em transporte regular. A procura foi reduzida para metade e foram registados 3,9 mil milhões de passageiros-km (-50,4%). Em consequência, o coeficiente de utilização diminuiu para 19,5% (-9,4 p.p.).

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