[weglot_switcher]

“Paragem quase total”: SPAC faz balanço da greve na aviação

“Hoje, os Pilotos não voam. Cumprem apenas os Serviços Mínimos decretados, garantindo as ligações essenciais, mas demonstrando inequivocamente a força da classe”, salienta o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC).
11 Dezembro 2025, 13h01

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) refere que a adesão à greve geral, desta quinta-feira, é “massiva” entre os pilotos, o que tem resultado numa “paragem quase total” da operação aérea nacional.

“Hoje, os pilotos não voam. Cumprem apenas os serviços mínimos decretados, garantindo as ligações essenciais, mas demonstrando inequivocamente a força da classe”, salienta a estrutura sindical.

O presidente do SPAC, Hélder Santinhos, salientou que a maioria dos associados [do sindicato] “entendeu que este é o momento de traçar um limite”.

Hélder Santinhos adiantou que a gravidade das medidas propostas pelo Governo “exige uma resposta firme” adiantando que “não vamos voar” enquanto os direitos dos trabalhadores “estiverem sob ataque”.

O líder do SPAC acrescentou que a paralisação “será total” e que a responsabilidade pelos transtornos “recai inteiramente” sobre quem insiste em legislar contra quem trabalha.

Sindicato detalha adesão à greve entre as várias companhias aéreas

O SPAC detalhou ainda a adesão à greve entre as várias companhias aéreas. No caso da TAP, SATA e easyJet a estrutura sindical salienta que estão em serviços mínimos.

“Grupo TAP (TAP Air Portugal e PGA): Adesão total, apenas voam os serviços mínimos. Quando o planeamento foi fechado em novembro de 2025, estavam previstos para o dia 11 de dezembro 286 voos (243 da TAP e 43 da Portugália). Hoje, devido à greve, estão previstos realizar-se apenas 63 voos, correspondendo exclusivamente aos serviços mínimos obrigatórios. A operação comercial regular está parada”, diz o sindicato.

“Grupo SATA: Adesão total, apenas voam os serviços mínimos. Tanto na SATA Air Açores como na Azores Airlines (SATA Internacional), a operação está igualmente resumida ao cumprimento estrito dos serviços mínimos decretados, com a frota comercial em terra. easyJet: Adesão quase total à Greve Geral, acima dos 80%. Até ao momento, além dos serviços mínimos, saíram apenas dois dos voos previstos para o dia de hoje”, refere o SPAC.

Quanto à Ryanair o SPAC diz que a adesão à greve “não é total” devido ao recurso a “expedientes operacionais a algumas destas companhias [referindo-se às low-cost], e não reflete o posicionamento” dos pilotos baseados em Portugal.

“Muitos dos voos que estão a ser operados esta quinta-feira, de e para Portugal, têm origem noutras bases europeias ou são voados por pilotos estrangeiros deslocalizados para as bases portuguesas. Esta prática, inserida numa política de rotação de bases constante operada pelas low-cost, tem um elevado custo social para os pilotos e suas tripulações, servindo muitas vezes para mitigar os efeitos de ações reivindicativas legítimas, mascarando o descontentamento real de quem trabalha nestas empresas em Portugal”, salienta a estrutura sindical.

Sindicato fala em adesão histórica

O SPAC salienta que a “adesão histórica” à greve geral desta quinta-feira, aprovada pelos pilotos associados do sindicato, “não é um fim em si mesma, mas um grito de alerta” contra o pacote “Trabalho XXI” [refere-se à nova lei laboral do Governo dirigido por Luís Montenegro].

O sindicato salienta que os pilotos pararam esta quinta-feira porque recusam: “A Destruição da Contratação Coletiva: Os Pilotos não aceitam a facilitação da caducidade das convenções e a redução da sobrevigência, que deixam os Acordos de Empresa à mercê da vontade unilateral das companhias; O Fim da Segurança no Emprego: Os Pilotos rejeitam a substituição da reintegração por indemnização em casos de despedimento ilícito. A segurança no emprego é um direito constitucional e um imperativo para a segurança das operações aéreas; A Normalização da Precariedade: Num país próximo do pleno emprego, os pilotos exigem valorização salarial e estabilidade, não a facilitação de contratos a termo”.

O SPAC saudou também “a coragem e a determinação” de todos os pilotos que hoje [quinta-feira], “prescindindo do seu salário e enfrentando pressões, mantêm os aviões em terra em defesa do futuro da profissão e dos direitos de todos os trabalhadores” em Portugal.


Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.