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Partidos portugueses divididos entre elogios e críticas a fundo europeu de 750 mil milhões

O Plano de recuperação europeu define 500 mil milhões de euros a fundo perdido e 250 mil milhões em empréstimos, sendo que Portugal poderá receber 26,3 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos.
28 Maio 2020, 11h49

Os partidos já reagiram à proposta da Comissão Europeia de 750 mil milhões de euros para o Fundo de Recuperação da Europa e a opiniões divergem. PCP e  Bloco de Esquerda consideraram a medida insuficiente, mas o PS, PSD e CDS-PP não partilharam da mesma opinião.

O partido comunista considerou que a proposta da Comissão Europeia fica “aquém dos valores de referência que tinham vindo a ser sinalizados por diversas instituições”. “A questão de fundo que se coloca é a de saber quais as condicionantes e imposições que estarão associadas a estas verbas e se as mesmas continuarão amarradas aos critérios da União Europeia empurrando o País para uma espiral de endividamento, ou se vão ser canalizadas para aquilo que faz falta ao País”, disse Jerónimo de Sousa num vídeo publicado no site do partido.

O Plano de recuperação europeu define 500 mil milhões de euros a fundo perdido e 250 mil milhões em empréstimos, sendo que Portugal poderá receber 26,3 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos.

Tal como o PCP, a eurodeputada do Bloco de Esquerda Marisa Matias disse que a proposta “fica muito aquém dos montantes que necessitaríamos para responder à crise pandémica”. Marisa Matias criticou ainda a “muita condicionalidade associada” ao Fundo de Recuperação da União Europeia e garantiu que este é um fundo “subfinanciado e sobre condicionado”.

Para a eurodeputada do Bloco de Esquerda, a Comissão Europeia deveria ter apresentado uma “proposta robusta, com financiamento que respondesse às necessidades, e que retirasse a condicionalidade do mapa dos recursos que vão ser disponibilizados”.  “Estaremos a caminhar para um futuro que já conhecemos, porque é muito igual ao passado”, referiu Marisa Matias num vídeo publicado na sua página de Facebook e depois no site do partido.

Por outro lado, Carlos César, o presidente do PS, assumiu ter apreciado “de forma muito positiva a insistência com que a presidente da Comissão Europeia enquadrou a apresentação da sua proposta, mencionando repetidamente expressões que dão conteúdo político inequívoco”, tendo falado de “recuperação coletiva”, de “convergência”, de “interdependência” e insistido na palavra “coesão”.

Em entrevista à TSF, Carlos César relembrou que “em boa verdade, a procissão pode ainda estar no adro” e explicou que o Conselho Europeu ainda “terá que procurar chegar a entendimento” e ” depois tem que passar pela aprovação do Parlamento Europeu”.

Quem também aguarda a aprovação do Parlamento Europeu é o PSD, que classificou a proposta europeia como “interessante e ambiciosa”. “Este plano ultrapassa velhos fantasmas, designadamente de mutualização da dívida, embora o que é uma boa notícia no princípio pode não o ser no fim”, alertou a Isabel Meirelles deputada e coordenadora do PSD da Comissão de Assuntos Europeus.

Já a preocupação do CDS-PP vai para a forma como o Governo português vai aplicar o dinheiro que vai receber do Fundo de Recuperação Europeia. “É um sinal positivo, é um passo importante, é uma ideia de que a solidariedade europeia pode estar a funcionar. E pode ser muito relevante para Portugal, ainda que seja preciso esclarecer qual será a repartição, como é que Portugal aplicará este dinheiro e que obrigações de reembolso é que terá”, disse Telmo Correia, deputado dos centristas, na página do partido.

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