Pedro Passos Coelho pode ser um candidato viável a Presidente da República mas há um problema. No entender do politólogo José Palmeira, numa análise para o JE, as eleições em Portugal continuam a ser ganhas ao centro e nesse aspeto, o perfil do antigo primeiro-ministro pode afastar leitores.
Ao JE, José Palmeira afirmou que “se estiver a pensar numa candidatura presidencial, para Passos Coelho é importante ter o apoio do PSD e à priori, poderia contar também com o apoio do Chega”.
“A questão que se coloca é se um candidato com este perfil tem possibilidades de ser eleito para Presidente da República, porque do outro lado suponhamos que há António Costa. Ora bem: as eleições em Portugal continuam a serem ganhas em grande medida ao centro e António Costa seria um candidato que penetraria muito melhor no eleitorado moderado do centro do que Passos Coelho”, disse.
Passos vs estratégia de Montenegro
O antigo primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta segunda-feira um entendimento entre Chega e os partidos da Aliança Democrática (PSD e CDS-PP), mas segundo declarações do politólogo José Palmeira ao JE, as declarações não coincidem com a estratégia de Luís Montenegro.
“Aquilo que Pedro Passos Coelho disse não se encaixa com aquilo que o líder da AD defendeu em termos de estratégia política na altura da campanha eleitoral”, frisou José Palmeira.
No entanto, o especialista apontou que “isto não significa que conjunturalmente não possa haver acordos parlamentares”. “Isto é, no Parlamento a negociação lei a lei pode levar a entendimentos com o Chega, mas tudo que vá para além disso não me parece que esteja em cogitação de Montenegro”.
“Aquilo que me parece é que Pedro Passos Coelho gostaria que existisse um maior compromisso, de um acordo mais amplo entre a AD e o Chega, mas esse não me parece o objetivo de Montenegro”, sublinhou.
Na análise de José Palmeira, se Luís Montenegro “tiver de privilegiar, escolheria o PS”. “E digo isto porque partindo do princípio que Pedro Passos Coelho representa um campo político mais à direita no PSD, a verdade é que esse campo político de facto pode apostar num entendimento entre PSD e Chega, mas essa não é a orientação maioritária da direção do PSD”, vincou.
“Porventura, Miguel Pinto Luz, o vice-presidente e atual ministro das Infraestruturas, já defendeu isso no passado, mas já veio dizer que face ao compromisso assumido por Luís Montenegro, que é solidário com a posição da direção”, destacou.
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