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“Passos Coelho? Questão é se um candidato com este perfil pode ser eleito para Belém”

Ao JE, o politólogo José Palmeira afirmou que “se estiver a pensar numa candidatura presidencial, para Passos Coelho é importante ter o apoio do PSD e à priori, poderia contar também com o apoio do Chega”.
André Ventura (E), presidente do Chega, ladeado por Pedro Passos Coelho, antigo primeiro-ministro e atual professor convidado do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa e da Universidade Lusíada de Lisboa, durante o lançamento do livro “Identidade e Família – Entre a Consciência da Tradição e As Exigências da Modernidade”, Lisboa, 8 de abril de 2024. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA
9 Abril 2024, 17h04

Pedro Passos Coelho pode ser um candidato viável a Presidente da República mas há um problema. No entender do politólogo José Palmeira, numa análise para o JE, as eleições em Portugal continuam a ser ganhas ao centro e nesse aspeto, o perfil do antigo primeiro-ministro pode afastar leitores.

Ao JE, José Palmeira afirmou que “se estiver a pensar numa candidatura presidencial, para Passos Coelho é importante ter o apoio do PSD e à priori, poderia contar também com o apoio do Chega”.

“A questão que se coloca é se um candidato com este perfil tem possibilidades de ser eleito para Presidente da República, porque do outro lado suponhamos que há António Costa. Ora bem: as eleições em Portugal continuam a serem ganhas em grande medida ao centro e António Costa seria um candidato que penetraria muito melhor no eleitorado moderado do centro do que Passos Coelho”, disse.

Passos vs estratégia de Montenegro

O antigo primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, defendeu esta segunda-feira um entendimento entre Chega e os partidos da Aliança Democrática (PSD e CDS-PP), mas segundo declarações do politólogo José Palmeira ao JE, as declarações não coincidem com a estratégia de Luís Montenegro.

“Aquilo que Pedro Passos Coelho disse não se encaixa com aquilo que o líder da AD defendeu em termos de estratégia política na altura da campanha eleitoral”, frisou José Palmeira.

No entanto, o especialista apontou que “isto não significa que conjunturalmente não possa haver acordos parlamentares”. “Isto é, no Parlamento  a negociação lei a lei pode levar a entendimentos com o Chega, mas tudo que vá para além disso não me parece que esteja em cogitação de Montenegro”.

“Aquilo que me parece é que Pedro Passos Coelho gostaria que existisse um maior compromisso, de um acordo mais amplo entre a AD e o Chega, mas esse não me parece o objetivo de Montenegro”, sublinhou.

Na análise de José Palmeira, se Luís Montenegro “tiver de privilegiar, escolheria o PS”. “E digo isto porque partindo do princípio que Pedro Passos Coelho representa um campo político mais à direita no PSD, a verdade é que esse campo político de facto pode apostar num entendimento entre PSD e Chega, mas essa não é a orientação maioritária da direção do PSD”, vincou.

“Porventura, Miguel Pinto Luz, o vice-presidente e atual ministro das Infraestruturas, já defendeu isso no passado, mas já veio dizer que face ao compromisso assumido por Luís Montenegro, que é solidário com a posição da direção”, destacou.

 

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