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Patrícia Dantas: de ex-braço forte de Pedro Calado no Governo da Madeira a primeira demissão no novo Governo

No percurso de Patrícia Dantas destaca-se a liderança da Startup Madeira. No campo político salienta-se ter sido diretora regional adjunta com o pelouro da Economia. Patrícia Dantas foi também um dos “braços fortes” de Pedro Calado quando este chegou à vice-presidência do executivo madeirense, em 2019.
Crédito: João Pedro Domingos
16 Abril 2024, 13h21

Patrícia Dantas já tem um passado político ligado ao Governo Regional, e ao ecossistema empresarial da Região Autónoma da Madeira. Mais recentemente, foi deputada na Assembleia Legislativa da República, eleita pelo PSD, pelo círculo eleitoral da Madeira, como resultado das eleições legislativas de janeiro de 2022. O processo que leva a que a social democrata não assuma funções no Ministério das Finanças já tinha suscitado pedidos de audição parlamentar na Assembleia Regional da Madeira, em 2018.

Esta terça-feira, foi confirmado que Patrícia Dantas não iria assumir o cargo de adjunta do ministro de Estado e das  Finanças, Joaquim Miranda Sarmento.

“Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas, mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao Sr. Ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças”, pode ler-se em informação que o JE teve acesso.

Estava previsto que Patrícia Dantas iniciasse funções no cargo de adjunta do ministro de Estado e das Finanças na passada segunda-feira, como avançou o Funchal Notícias, no passado domingo.

Entre o seu percurso profissional destaca-se a liderança da Startup Madeira, entidade detida pelo Governo Regional da Madeira, que serve como incubadora de startups na Região.

Entre 2001 e 2005, Patrícia Dantas foi diretora-geral da Startup Madeira e entre 2005 e 2017 foi presidente executiva da mesma organização.

Patrícia Dantas destaca-se também como um dos “braços fortes” de Pedro Calado, quando este chegou à vice-presidência do Governo Regional da Madeira, em 2019.

A nomeação de Patrícia Dantas como diretora regional adjunta com a pasta da Economia, aconteceu em 2017. De sublinhar que outros dos “braços fortes” de Pedro Calado era Rogério Gouveia, atual secretário regional das Finanças, que foi nomeado diretor regional adjunto com o pelouro das Finanças também em 2017.

Patrícia tem uma licenciatura em Economia pela Nova School Business of Economics (Nova SBE), uma Pós graduação em M@anagment.com pelo INDEG-ISCTE Business School, e uma Pós graduação em Finanças pela Universidade Católica Portuguesa.

Processo AIMINHO provocou pedido de audição parlamentar

Em 2018, o PS tinha solicitado uma audição parlamentar ao presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e ao vice-presidente do executivo madeirense, Pedro Calado, relativamente a constituição da diretora regional de Economia, Patrícia Dantas, como arguida no processo Associação Empresarial do Minho (AIMINHO).

Em causa estava um alegado esquema fraudulento, que permitiu a obtenção de fundos comunitários, através da AIMNHO, com ligações à Madeira, que envolve 126 arguidos, entre os quais Patrícia Dantas, que terá causado um desvio de pelo menos 10 milhões de euros, de acordo com um trabalho da RTP 1.

O Ministério Público, referiu na altura a RTP, suspeitava que Patrícia Dantas simulou assinatura e passou duas faturas falsas.

Na altura Patrícia Dantas tinha esclarecido que “iria prestar todos” os esclarecimentos que o Ministério Público quiser solicitar” reforçando que “não houve” nem neste nem em outro processo “qualquer fraude ou ilegalidades”, acrescentando que “nunca houve qualquer envolvimento pessoal nem profissional” quer seu quer do Centro de Empresas e Inovação da Madeira com a AIMINHO.

Os socialistas tinham acusado Albuquerque e Calado de saberem que Patrícia Dantas já tinha sido constituída arguida há cinco meses no âmbito deste processo quando foi nomeada para o executivo madeirense.

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