[weglot_switcher]

Paulo Macedo confirma venda de carteira com 1.700 créditos malparados

São créditos que estão incumprimento em média há oito anos, explicou Paulo Macedo, que lembrou que estes créditos têm de ser imparizados por determinação regulatória.
  • Paulo Macedo
30 Julho 2021, 20h06

A CGD tem no mercado a venda da carteira de malparado “Mercury”, que o CEO da Caixa, disse ser de uma carteira granular e não de grandes devedores, sendo ao todo cerca de 1.700 operações de cerca de 100 milhões de euros. São “créditos em média de 62 mil euros por operação”, nessa carteira.

“Nunca fizemos vendas de créditos de grandes devedores”, disse o presidente da CGD, esta sexta-feira, em conferência de imprensa.

São créditos que estão incumprimento em média há oito anos, explicou Paulo Macedo, que lembrou que estes créditos têm de ser imparizados por determinação regulatória. “Mesmo que o crédito tenha uma garantia é necessário reconhecer uma provisão para efeitos do chamado backstop“.

A carteira “Mercury” da Caixa Geral de Depósitos, no valor de 128 milhões de euros, é de crédito com garantias (secured).

A CGD revelou no semestre uma melhoria da qualidade de ativos. O montante de NPL (non performing loans, segundo definição EBA) a reduziu-se face a junho de 2020 em 281 milhões de euros (-11,1%), em resultado da evolução positiva nas componentes de curas e recuperações.

O rácio de NPL atingiu 3,2%, valor que compara com 4,4% observados em junho de 2020. “Se considerado o volume global de imparidades para crédito, atingimos um rácio de cobertura de 103,8% (cobertura total de 134,5% se incluídos colaterais afetos), colocando o rácio de NPL líquido de imparidades em 0%. O risco destes créditos em incumprimento está totalmente coberto”, disse o CFO, José de Brito.

Esta evolução reflete igualmente o reforço das imparidades de crédito efetuado em 2020 e no primeiro semestre de 2021.

O agregado de imparidade para crédito reflete, no período em análise, um custo do risco do crédito de 19 pb, o qual compara com um custo do risco de crédito de 31 pb, no primeiro semestre de 2020.

A Caixa reportou um resultado líquido consolidado alcança 294,2 milhões, originado um ROE (rentabilidade) de 7,2% e um crescimento de 18,3% face ao período homólogo. O resultado líquido da atividade corrente atinge os 250 milhões.

O CEO explicou que o banco suportou custos de 65 milhões de euros com as contribuições obrigatórias do setor bancário, para o Fundo de Garantia de Depósitos, para o Fundo de Resolução e para o Fundo Único de Resolução.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.