O CEO da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, na conferência de imprensa da apresentação de resultados, foi questionado sobre o interesse do banco do Estado no Novobanco, voltou a dizer que “há muitos anos afirmo que fazia sentido a Caixa melhorar a sua quota de mercado nas empresas, onde temos uma quota abaixo da quota natural. Não tenho nada a acrescentar nem se passou nada”, disse.
“Ninguém revela numa conferência de imprensa se vai ou não comprar um banco. Vamos esperar pelo que diz o vendedor”, referiu o CEO da Caixa.
Ontem, o Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, quando questionado sobre a possível venda do Novobanco ao CaixaBank disse que a “decisão cabe à Lone Star com 75%” e será uma solução de mercado, “mas em todo o caso, a banca espanhola representa já pouco mais de um terço do mercado bancário português e eu creio que por uma questão de concentração e de dependência essa quota de mercado não devia subir”.
Estas declarações surgem depois da notícia desta semana que o CaixaBank contratou um assessor financeiro para avaliar a compra do Novobanco, a Deloitte. O BPI precisa de crescer e para isso uma fusão com o Novobanco seria o caminho mais rápido e mais eficaz.
Joaquim Miranda Sarmento disse que “a Caixa atua no mercado como qualquer outro banco, com uma equipa de gestão profissional independente, portanto se a CGD analisar as condições de mercado e entender que pode fazer uma proposta sozinha ou em conjunto com outro banco, terá de fazer uma proposta ao acionista e o acionista pronunciar-se-á sobre uma proposta concreta”.
Na reação, Paulo Macedo disse “não me quero pronunciar mais e não dá muita saúde discordar do que o ministro diz”. Mas questionado sobre se seria fácil comprar parte do Novobanco, relativa à banca de empresas, respondeu que “essa separação seria muito complexa”.
O CEO da CGD sempre disse “que não é saudável para Portugal ter 50% da banca em mãos espanholas”.
Sobre a apresentação de propostas concretas para o Novobanco, a que o Ministro das Finanças se referiu, disse que “estamos confortáveis para apresentar as propostas que sejam relevantes com o atual ministro das finanças ou com outros”.
“Os vendedores têm de dizer o que querem fazer”, disse confirmando que uma eventual aquisição da totalidade da instituição concorrente não é viável. “As regras da autoridade da concorrência dizem que não seria possível”, voltou a dizer.
A CGD tem folga no capital para fazer uma aquisição. O rácio CET1 é o dobro do exigido após dedução de dividendo anual e do payout do trimestre. A folga traduz-se num buffer de cerca de 12 pontos percentuais. Na conferência de imprensa o CEO da CGD explicou que esse buffer é de 3,5 mil milhões a 5,5 mil milhões de euros. Segundo o CEO, ou fará investimento ou distribuirá mais ao acionista, lembrando que a Caixa precisa sempre de manter uma folga no capital.
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