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Paulo Macedo sobre o Novobanco: “não dá muita saúde discordar do que o Ministro diz”

“Ninguém revela numa conferência de imprense se vai ou não comprar um banco. Vamos esperar pelo que diz o vendedor”, referiu o CEO da Caixa.
O diretor executivo da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, na apresentação de resultados do 1.º trimestre de 2025 da Caixa Geral de Depósitos, esta tarde na sede da mesma em Lisboa, 22 de maio de 2025. MIGUEL A. LOPES / LUSA
22 Maio 2025, 17h45

O CEO da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, na conferência de imprensa da apresentação de resultados, foi questionado sobre o interesse do banco do Estado no Novobanco, voltou a dizer que “há muitos anos afirmo que fazia sentido a Caixa melhorar a sua quota de mercado nas empresas, onde temos uma quota abaixo da quota natural. Não tenho nada a acrescentar nem se passou nada”, disse.

“Ninguém revela numa conferência de imprensa se vai ou não comprar um banco. Vamos esperar pelo que diz o vendedor”, referiu o CEO da Caixa.

Ontem, o Ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, quando questionado sobre a possível venda do Novobanco ao CaixaBank disse que a “decisão cabe à Lone Star com 75%” e será uma solução de mercado, “mas em todo o caso, a banca espanhola representa já pouco mais de um terço do mercado bancário português e eu creio que por uma questão de concentração e de dependência essa quota de mercado não devia subir”.

Estas declarações surgem depois da notícia desta semana que o CaixaBank contratou um assessor financeiro para avaliar a compra do Novobanco, a Deloitte. O BPI precisa de crescer e para isso uma fusão com o Novobanco seria o caminho mais rápido e mais eficaz.

Joaquim Miranda Sarmento disse que “a Caixa atua no mercado como qualquer outro banco, com uma equipa de gestão profissional independente, portanto se a CGD analisar as condições de mercado e entender que pode fazer uma proposta sozinha ou em conjunto com outro banco, terá de fazer uma proposta ao acionista e o acionista pronunciar-se-á sobre uma proposta concreta”.

Na reação, Paulo Macedo disse “não me quero pronunciar mais e não dá muita saúde discordar do que o ministro diz”. Mas questionado sobre se seria fácil comprar parte do Novobanco, relativa à banca de empresas, respondeu que “essa separação seria muito complexa”.

O CEO da CGD sempre disse “que não é saudável para Portugal ter 50% da banca em mãos espanholas”.

Sobre a apresentação de propostas concretas para o Novobanco, a que o Ministro das Finanças  se referiu, disse que “estamos confortáveis para apresentar as propostas que sejam relevantes com o atual ministro das finanças ou com outros”.

“Os vendedores têm de dizer o que querem fazer”, disse confirmando que uma eventual aquisição da totalidade da instituição concorrente não é viável. “As regras da autoridade da concorrência dizem que não seria possível”, voltou a dizer.

A CGD tem folga no capital para fazer uma aquisição. O rácio CET1 é o dobro do exigido após dedução de dividendo anual e do payout do trimestre. A folga traduz-se num buffer de cerca de 12 pontos percentuais.  Na conferência de imprensa o CEO da CGD explicou que esse buffer é de 3,5 mil milhões a 5,5 mil milhões de euros.  Segundo o CEO, ou fará investimento ou distribuirá mais ao acionista, lembrando que a Caixa precisa sempre de manter uma folga no capital.

 

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