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Paulo Pedroso diz que Congresso do PS foi adiado para depois das presidenciais para calar críticos

Ex-ministro diz que “Bloco Central Costa-Marcelo é demasiado palaciano” para o partido que abandonou no ano passado. E também Francisco Assis critica a forma como o primeiro-ministro deu apoio tácito ao segundo mandato do atual Presidente da República.
16 Maio 2020, 14h29

O ex-ministro Paulo Pedroso, que deixou de ser militante socialista no ano passado, considera que o adiamento do Congresso do PS para depois das presidenciais de janeiro de 2021 é um sinal de prudência do primeiro-ministro, antevendo que António Costa “desconfia que não ia gostar do que ouviria” após ter dado apoio tácito à reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa para um segundo mandato.

“O Bloco Central Costa-Marcelo é demasiado palaciano para o partido se, tendo saído, ainda o conheço um pouco”, escreveu o antigo ministro do Emprego no Twitter, comentando declarações ao “Público” de Carlos César, segundo o qual o XXIII Congresso do PS só se deverá realizar no primeiro trimestre de 2021. “Deverá discutir o país que estamos a construir, e não uma personalidade”, disse o presidente do partido, sem esconder que existe o objetivo de evitar que a reunião se transforme “num debate sobre presidenciais”.

Ao contrário de Paulo Pedroso, no PS continua Francisco Assis, que criticou ao “Expresso” a forma como o primeiro-ministro aproveitou a visita à Autoeuropa para declarar que esperava reencontrar Marcelo Rebelo de Sousa daí a um ano, no início do segundo mandato presidencial para o qual o antigo presidente do PSD ainda não anunciou a recandidatura. “É fundamental que haja essa discussão no partido”, disse o ex-eurodeputado, para quem “a democracia não está suspensa no PS” e escolher um Presidente da República não é a mesma coisa que escolher um presidente de junta de freguesia.

Francisco Assis e Paulo Pedroso foram duas das figuras da área socialista que admitiram uma candidatura presidencial de Ana Gomes. A ex-eurodeputada tem-se mostrado indisponível para enfrentar Marcelo Rebelo de Sousa nas urnas, mas partilhou no Twitter um artigo escrito por Rui Tavares no “Público” em que o fundador do Livre considera que o episódio da Autoeuropa constituiu “uma grande falta de decoro republicano”.

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