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Rangel em modo “Cavaco”: “É preciso que a oposição nos deixe trabalhar”

“Agora é preciso que a oposição nos deixe trabalhar, essa é que é a questão e temos de lhes perguntar. Se querem que o Governo trabalhe têm de nos dar condições”, enfatizou o ministro dos Negócios Estrangeiros este domingo.
epa11255714 (L-R) Portuguese Prime Ministre Luis Montenegro, Minister of State and Foreign Affairs Paulo Rangel and Minister of State and Finance Joaquim Miranda Sarmento during the swearing in ceremony of the XXIV Constitutional Government at Ajuda Palace, in Lisbon, Portugal, 02 April 2024. These legislative elections resulted in the victory of AD – a pre-election coalition formed by PSD, CDS-PP and People’s Monarchist Party (PPM) – by around 54,000 votes (0.85%) more than the PS, the narrowest margin in the history of Portuguese democracy. EPA/MIGUEL A. LOPES
2 Março 2025, 14h22

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros rejeitou hoje que o Governo esteja fragilizado por causa da empresa familiar do primeiro-ministro, Luis Montenegro, e desafiou a oposição a deixar o executivo trabalhar.

“O primeiro-ministro deu [sábado] um sinal da estabilidade, que não pode ser uma estabilidade podre e [a oposição] tem de assumir as suas consequências”, disse Paulo Rangel aos jornalistas, na Curia (Anadia), à entrada para o encerramento da 14.ª Universidade Europa.

Falando da situação política interna, o governante considerou que, na comunicação ao país de sábado, o primeiro-ministro deu todos os esclarecimentos que tinha de dar sobre a sua empresa familiar “e agora é andar para a frente”.

Paulo Rangel afirmou considerou muito importante preservar a estabilidade política, indicando que “a economia nacional está a crescer acima da zona euro, registando o maior crescimento em cadeia do último trimestre de 2024”.

O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros repetiu alguns dos argumentos do primeiro-ministro, salientando que Portugal viu o ‘rating’ subir na sexta-feira e que a dívida pública e externa diminui, além de ter recuperado vencimentos e carreiras de muitas profissões e tomado decisões estratégias nacionais que estavam encravadas.

“O Governo tem resultados para apresentar, mas que estão muito no seu início e há muito a fazer por Portugal e o Governo e o primeiro-ministro Montenegro querem fazer isso”, sublinhou.

“Agora é preciso que a oposição nos deixe trabalhar, essa é que é a questão e temos de lhes perguntar. Se querem que o Governo trabalhe têm de nos dar condições”, enfatizou Paulo Rangel, salientando a instabilidade geopolítico que se vive atualmente.

O governante salientou ainda que, “neste momento crucial na história do mundo, em que Portugal está a funcionar bem em termos económicos e está a responder em termos de futuro”, o PS tem de se clarificar e não pode ter posições ambíguas.

“Se os partidos da oposição vivem constantemente a querer trabalhar em casos e casinhos para trás e para a frente, o país, nesta circunstância geopolítica, tem de compreender quem está do lado de Portugal em movimento e em crescimento”, sustentou.

O primeiro-ministro anunciou sábado que a empresa familiar Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.

O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).

Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.

Após esta comunicação ao país, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, mas o líder socialista já avançou que não a vai viabilizará e que votará contra uma moção de confiança caso o executivo a apresente.

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