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PCP classifica a venda de ativos imobiliários do Novo Banco como “um crime económico contra o Estado português”

Para o partido comunista “esta situação confirma, mais uma vez, que a venda do Novo Banco à Lone Star demonstra, por si só, que a privatização foi uma má opção”.
  • Cristina Bernardo
29 Julho 2020, 10h31

O PCP qualificou a venda de ativos imobiliários do Novo Banco como “um crime económico contra o Estado português”, num nota de imprensa a 28 de julho.

“A venda de 13.000 imóveis que estavam avaliados em 631 milhões de euros por 364 milhões, com a agravante de ter sido o próprio banco a emprestar o dinheiro para a realização da operação e o Fundo de Resolução a cobrir o prejuízo, a ser verdade, deixa de ser apenas um mau negócio e passa a ser um crime económico contra o Estado português”, apontou o PCP.

Os comentários do partido comunista surgem na sequência da notícia do jornal Público, a 28 de julho, sobre um fundo das ilhas Caimão comprou imóveis do Novo Banco com crédito do mesmo. Segundo o matutino, o banco vendeu, em 2018, uma carteira de ativos imobiliários — 5.552 imóveis e 8.719 frações — a cinco sociedades imobiliárias portuguesas por 364 milhões de euros, abaixo do valor contabilístico de 631 milhões de euros, tendo o Fundo de Resolução colmatado parte das perdas com a operação, com uma injeção de 260 milhões de euros.

“Esta situação confirma, mais uma vez, que a venda do Novo Banco à Lone Star demonstra, por si só, que a privatização foi uma má opção com custos que podem ultrapassar os 10.000 milhões de euros”, lembra o partido comunista que mantém a posição da “nacionalização do Banco”.

O partido liderado por Jerónimo de Sousa recordou também o partido “já por várias vezes chamou a atenção para a necessidade de haver por parte do Estado um controlo da forma como a Comissão de Acompanhamento está a acompanhar a alienação dos ativos do Novo Banco”. “A última das vezes foi no passado dia 22 de Maio quando entregou na Assembleia da República um Projeto de Resolução”.

O Novo Banco também já reagiu à notícia e assegurou que “esta operação não teve qualquer custo direto para o Fundo de Resolução porque a generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital. Refira-se mesmo que para a totalidade dos imóveis protegidos até dezembro de 2019, o banco tinha obtido para o Fundo de Resolução uma mais valia de dez milhões de euros que reduzia às perdas noutros créditos”.

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