Pedro Henriques, ex-professor da Universidade Lusófona e conselheiro de empreendedores, deixou a cidade norte-americana de Austin, no Texas, para investir em Portugal em janeiro, pouco tempo antes de o vírus fazer tremer a maioria dos negócios, sobretudo os mais frágeis. O trabalho na empresa de private equity ESW Capital permitiu-lhe ouvir dezenas de startups e criar uma rede de contactos capaz de ser exportada para o país onde nasceu.
“Nos últimos três anos ouvi vários founders e achei que havia aqui uma oportunidade de negócio. Percebi claramente que havia uma evolução no conceito de futuro do trabalho: as pessoas já não precisavam de estar no escritório. Mesmo startups que não pertenciam ao portefólio da sociedade estavam a contratar de forma remota. É curioso, porque isto aconteceu meses antes de o teletrabalho ter chegado a quase todos”, explica ao Jornal Económico (JE).
O advisor começou, à distância, a formar equipas das empresas nas quais a ESW Capital ia investir e apercebeu-se de que esses gestores “não se importavam de importavam de ter as suas equipas distribuídas, mas queriam que garantidamente fossem seus colaboradores”. É aí que nasce a ideia da Bridge In, a startup que tem apenas três meses e foi criada para as startups que querem escalar. “Não quereremos ser um centro tecnológico offshore ou com outsourcing”, diz.
Recorrendo à consultoria, a empresa procura ligar os empreendedores a advogados e contabilistas, organizar onboardings, encontrar um espaço físico, entre outros serviços. “As startups internacionais que chegam a Portugal muitas vezes não sabem por onde começar, não têm uma rede de contactos. A forma como trabalhados tem esse acompanhamento pessoal”, clarifica Pedro Henriques.
Esta quinta-feira a Bridge In anunciou que levantou 100 mil euros em financiamento pre-seed de um grupo de investidores britânicos, que pediram para nãos serem identificados porque têm startups no seu portefólio a sofrer o impacto da pandemia nas contas. O montante servirá para criar uma rede de suporte a equipas distribuídas – o caso das empresas que têm trabalhadores em home office. “Queremos desenvolver uma plataforma de software, como a Uber ou a Airbnb, com parceiros, que apresente a lista desses fornecedores de serviços e contactos de que os fundadores precisam”, exemplifica ao JE.
A Bridge In conta com dois colaboradores atualmente e prepara-se para recrutar mais duas pessoas, nas áreas de marketing e gestão de parceiros/relação com os clientes. Entre os planos está ainda a abertura de operações locais noutra geografia em 2021 e ter três locais adicionais no ano seguinte. “A pandemia é um desafio adicional, mas estamos a fazer o ajustamento necessário e acho que a recetividade a este modelo de negócio até é maior”, refere Pedro Henriques.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com