Pedro Nuno com empresários para amaciar fama de radical. Carneiro é rosto do diálogo

Com a campanha na reta final e as diretas marcadas para os dias 15 e 16, Pedro Nuno Santos ainda se esforça por descolar da imagem de radical. Nos antípodas, José Luís Carneiro vai testando a mensagem de que reúne as melhores condições para vencer as legislativas contra Montenegro. E os dois principais candidatos continuam a disputar apoios de grandes figuras para convencer os 60 mil militantes do PS que estão em condições de votar nas internas.

Na semana em que reafirmou a disponibilidade para nova geringonça à esquerda, Pedro Nuno rejeitou as acusações que se lhe colam à pele, garantindo que não é “radical nem moderado, mas sim socialista”. “O que não sou é assim-assim e isso confunde-se com radicalismo”, frisou, em entrevista à Antena 1. E ao mesmo tempo, o candidato conotado com a ala esquerda do PS quer afastar a ideia de ser impulsivo – rótulo que se lhe colou principalmente desde o anúncio a solo, no verão de 2022, da localização do novo aeroporto, prontamente vetada pelo primeiro-ministro. Curiosamente, fá-lo no dia seguinte a ser conhecido o relatório da comissão técnica que aponta Alcochete e Vendas Novas. E repete que, sendo sua a responsabilidade, ele decidirá.

“Há uma confusão em Portugal entre impulsividade e capacidade de decisão. Infelizmente, temos muitos políticos que arrastam os pés, mas essa não é uma característica minha”, disse aos jornalistas, na terça-feira. E logo após o relatório sair, insistiu: “Nós arrastamos demasiado os pés”; “já perdemos demasiado tempo; estou disponível para procurar consensos mas não para mais adiamentos: é urgente decidir”. À saída de um almoço com o presidente da Confederação Industrial de Portugal (CIP), Pedro Nuno Santos garantiu mesmo que “há uma sintonia” com os empresários. “Há caminhos que são comuns, nomeadamente em relação à necessidade de conseguirmos crescimento económico com a alteração do perfil de especialização da nossa economia”, disse, destacando que “há espaço para construir uma concertação estratégica para a economia portuguesa”.