[weglot_switcher]

Pentágono confirma duas explosões perto do aeroporto de Cabul. Número de feridos ainda é “desconhecido” (com áudio)

Pelo menos 95 pessoas morreram e 150 ficaram feridas num duplo ataque terrorista da autoria do ISKP, um braço do Estado Islâmico inimigo dos talibãs. Incidente ocorre numa altura de enorme agitação no aeroporto e sucede alertas dos EUA e aliados sobre risco iminente de ataque terrorista.
Barzan Sadiq Twitter
26 Agosto 2021, 15h08

Foram reportadas duas fortes explosões perto do aeroporto de Cabul, confirmou, esta quinta-feira, o assessor de imprensa do Pentágono. Embaixada dos EUA na capital reporta ainda para a ocorrência de tiroteios que sucederam após as expulsões.

Segundo a “CNN” e a “Reuters” existem indicações de que se tratou de um bombista suicida. Já a “Aljazeera” e o “The Telegraph” adiantam que uma fonte de segurança dos talibã confirmou que pelo menos 95 pessoas morreram, entre elas crianças e 13 militares norte-americanos, e que foram contabilizados cerca de 150 feridos, segundo a mais recente contagem avançada pela televisão local Tolo, citada pela agência “EFE” a partir da capital afegã, esta sexta-feira.

“Podemos confirmar que a explosão perto das portas de embarque no aeroporto de Cabul foi produto de um ataque complexo que resultou num número de baixas norte-americanas e civis [afegãos]. Podemos confirmar também uma explosão perto do Hotel Baron, próximo do portão de Abbey”, revelou John Kirby, na rede social Twitter.

O local da primeira explosão está a ser identificado como o portão Abbey, no aeroporto de Cabul, onde estão concentradas tropas dos aliados que estão a organizar a retirada de civis.

Numa nota divulgada pelo “The Guardian”, o porta-voz dos talibãs Zabiullah Mujahid assegura que o grupo está “comprometido com a comunidade internacional e não vai permitir que terroristas usem o Afeganistão como a base das suas operações”, acrescentando que “os talibãs alertaram as tropas americanas para possíveis grupos terroristas como o ISIS”.

Por sua vez, um segundo porta-voz do grupo Suhail Shaheen, escreveu no seu Twitter que “o Emirado Islâmico condena fortemente o bombardeamento de civis no aeroporto de Cabul, numa área em que as forças dos Estados Unidos são responsáveis pela segurança. O Emirado Islâmico está a ter como foco a segurança e a proteção do seu povo e, como tal, interromperá rigidamente quaisquer outras forças terroristas”, acrescentou.

A “Reuters” adianta ainda que fonte oficial da Casa Branca confirmou que Joe Biden já foi informado do sucedido. Segundo a agência, o presidente encontra-se na Sala de Crise a acompanhar os desenvolvimentos deste ataque juntamente com membros do governo.

Por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, vai reunir de emergência na tarde desta quinta-feira a Comissão para as Contingências Civis, conhecida por COBRA. Um porta-voz do governo britânico reportou à “CNN” que a reunião vai começar “em breve”.

A informação surge momentos depois dos gabinetes dos Negócios Estrangeiros do Reino Unidos, Austrália e Estados Unidos terem alertado para a existência de uma “ameaça iminente de ataque terrorista” no aeroporto de Cabul.

O secretário de Estado das Forças Armadas britânico, James Heappey, veio reforçar na manhã desta quinta-feira que há uma ameaça real e “iminente” no aeroporto de Cabul, numa altura em que as pessoas estão desesperadas e “há um apetite de muitos na fila para se arriscarem”. As atenções estão voltadas para o grupo ISIS-Khorasan (ISKP) , um braço do Estado Islâmico inimigo dos talibãs.

Após o aviso emitido pelos EUA e alguns aliados foram encerradas algumas das portas de entrada no aeroporto e os funcionários foram aconselhados a abandonar esses locais.

O ISKP é um grupo terrorista fundado em 2015 que manteve uma oposição contra os talibã. Muitos de seus combatentes são estrangeiros, oriundo do Tajiquistão, Uzbequistão, Paquistão e manteve ligações relativamente estreitas com a liderança do ISIS na Síria e no Iraque.

Notícia atualizada às 12h02 de sexta-feira com o novo balanço de mortes e feridos

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.