Políticas de compensação competitivas, gestão dos valores, apoio da liderança, medidas para reduzir o isolamento social e iniciativas de promoção do bem-estar psicológico são os fatores mais importantes para a motivação dos colaboradores. Estas são as conclusões principais do People Engagement Survey, um estudo anual da Cegoc que avalia o envolvimento, satisfação e capacidade de retenção dos trabalhadores em diferentes organizações.
Com coordenação científica do ISCTE Executive Education, esta 9.ª edição do People Engagement Survey trouxe boas notícias: houve uma recuperação significativa na Satisfação Global dos colaboradores, que subiu para 68,7%, depois de dois anos em queda. Para Gonçalo de Salis Amaral, Head of People & Culture Consulting da Cegoc, “este crescimento demonstra que as empresas que investem numa cultura de envolvimento, bem-estar e desenvolvimento contínuo dos seus talentos estão a obter melhores resultados, garantindo equipas mais comprometidas e produtivas.“
Captar e reter talento
Em Portugal, a escassez de talento ainda se observa em vários sectores e, por isso, os gestores de pessoas preocupam-se cada vez mais em assegurar o envolvimento dos colaboradores. O People Engagement Survey mostra que, nesse aspeto, a orientação estratégica das empresas e a compatibilidade de valores são fatores de extrema relevância para que os colaboradores se sintam bem na empresa e motivados para se manterem focados nos resultados. As políticas de integração entre trabalho e família, o bem-estar psicológico e as políticas de compensação e benefícios são as prioridades seguintes na satisfação geral. Que, juntamente com o isolamento social, podem ser o motivo que leva um colaborador a abandonar a empresa. Há que garantir uma proposta salarial competitiva e investir em bons momentos de relacionamento interno. “Não fomos feitos para estar sozinhos”, diz Ricardo Martins, CEO da Cegoc. E chama a atenção para a ameaça do teletrabalho. “Por vezes, um colaborador diz preferir trabalhar remotamente e, talvez sem perceber, está a isolar-se. Isto pode provocar o tal mal-estar psicológico que o leva a distanciar-se dos objetivos da empresa e perder a motivação.”
Novidades em debate
Tudo isto foi conversado na mesa-redonda que antecedeu o momento da entrega de prémios, uma novidade este ano. Com moderação de Ricardo Martins, três convidados de excelência — José Luís Carvalho, Diretor de Recursos Humanos da CUF, Inês de Castro, Diretora de Recursos Humanos da Worten, e Eduardo Caria, responsável da área de Pessoas & Organização do Grupo Ageas Portugal —, falaram abertamente sobre “Estar mas não estar… O Bem-Estar Psicológico, Isolamento Social e a Saída Silenciosa nas Organizações”. Ficou evidente que a chave para enfrentar estes desafios passa por um compromisso real das organizações em alinhar cultura, propósito e gestão de talento.
Silêncio e medo
A Saída Silenciosa e o Presentismo são, com efeito, duas novidades que o People Engagement Survey traz à luz este ano. Em isolamento, o colaborador assume um comportamento de desinvestimento na organização, mesmo que não demonstre intenção de sair. Indiferença, ausências frequentes, desresponsabilização e falta de iniciativa são alguns dos sinais deste estado de espírito, que pode comprometer o desempenho e o moral de toda a equipa. Segundo o estudo, reflete-se aqui um problema social e estrutural que atinge sobretudo os trabalhadores com menos capacidade negocial dentro da organização.
O Presentismo, por sua vez, ocorre quando um colaborador vem trabalhar mesmo estando doente, comprometendo a sua produtividade e arriscando contaminar outras pessoas da equipa. É um comportamento que gera stress na equipa e ao qual as chefias devem dar atenção. Os grupos mais vulneráveis ao Presentismo incluem profissionais com mais filhos e com contratos a prazo, que podem temer perder o emprego caso faltem por motivos de saúde. Para Henrique Duarte, líder do Departamento de Recursos Humanos e Comportamento Organizacional do ISCTE Executive Education, “a saída silenciosa e o presentismo surgem como alertas para as empresas, que precisam de apostar em estratégias eficazes de bem-estar e mitigação do isolamento social evitar perdas de produtividade e talento.”
Os alertas ficaram lançados e a Cegoc mantém o seu intuito de ajudar os líderes a gerirem as suas pessoas de forma mais eficaz.
Prepare-se para 2026
Considerado um dos barómetros mais abrangentes do mercado, o People Engagement Survey — que até este ano se denominava índice de Excelência – analisa anualmente as tendências emergentes e fornece insights estratégicos para a gestão de talento. Organizado pela Cegoc, com parceria científica do ISCTE Executive Education, é reconhecidamente uma referência para todos os gestores de pessoas.
Qualquer organização interessada com pelo menos 10 colaboradores pode inscrever-se gratuitamente e receber um relatório de posicionamento detalhado na 10ª Edição do People Engagement Survey. Os respetivos inquéritos terão de ser preenchidos até 15 de dezembro deste ano. A apresentação do estudo e dos vencedores da 10.ª Edição do People Engagement Awards decorrerá entre março e abril de 2026. Saiba tudo em https://www.cegoc.pt/consultoria-recursos-humanos/people-engagement-awards
Os premiados deste ano
Estas são as empresas que, de acordo com o People Engagement Awards 2025, apostam seriamente no envolvimento e bem-estar dos seus colaboradores e promovem um ambiente de trabalho saudável.
Grandes Empresas (mais de 251 colaboradores)
Médias Empresas (entre 51 e 250 colaboradores)
Pequenas Empresas (entre 11 e 50 colaboradores)
Vencedores por macro setores de atividade:
A 9.ª Edição do People Engagement Survey destacou a importância do alinhamento entre cultura, propósito e gestão de talento.
O bem-estar psicológico tem uma influência decisiva na produtividade.
Este artigo foi produzido em parceria com a Cegoc.
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