A Polícia Judiciária (PJ) dá conta que, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC), está a realizar, nesta quarta-feira, 29 de outubro, na zona da Grande Lisboa, uma operação policial, no âmbito de um inquérito dirigido pelo DCIAP, que visa a execução de dezenas de mandados de busca e apreensão e de pesquisa informática. Em causa estão, diz em comunicado, “factos suscetíveis de consubstanciar a prática dos crimes de corrupção passiva e ativa no setor privado, burla qualificada e branqueamento”. Na mira da Justiça está a venda de ativos imobiliários feita pelos gestores da Lone Star que geriram o Novobanco e não terá respeitado as regras de mercado, suspeitando-se de vendas a desconto e alegados favorecimentos nas diversas operações de venda de ativos realizadas pelo Novobanco desde 2018.
“Em causa estão suspeitas de terem sido praticadas diversas ilegalidades na venda de ativos imobiliários detidos por uma instituição bancária apoiada financeiramente pelo Estado português, através do Fundo de Resolução, resultando dessas operações avultados prejuízos para o Banco em questão e para os interesses do Estado”, avança a PJ em comunicado.
Participaram na operação mais de 100 elementos da Polícia Judiciária, 14 Procuradores do Ministério Público, 3 Juízes de Instrução Criminal e um elemento da AT.
A PJ dá conta de que a UNCC prosseguirá a investigação, com a realização da subsequente análise aos elementos probatórios recolhidos, visando “o apuramento integral de todas as condutas criminosas e a célere conclusão dos inquéritos em apreço”.
O Ministério Público confirmou ainda que as buscas decorrem em domicílios, instalações bancárias, escritório de advogados, sociedade de revisores oficiais de contas e nas sedes de 16 sociedades comerciais. Em comunicado, precisa ainda que em causa estão suspeitas de crimes de corrupção ativa e passiva no setor privado, de burla qualificada e de branqueamento de capitais, “no contexto da venda de ativos do Novobanco, desde o ano de 2018”.
A CNN Portugal avançou esta manhã que a PJ está a fazer buscas na sede do Novobanco, e na consultora KPMG, por suspeitas de crimes relacionados com a venda de ativos do extinto Banco Espírito Santo, na sequência da resolução decretada pelo Banco de Portugal em 2014 e ficou com todos os seus ativos, nomeadamente os ativos imobiliários.
A PJ suspeita que a venda de ativos imobiliários feita pelos gestores da Lone Star que geriram o Novobanco não terá respeitado as regras de mercado, estando a ser investigados alegados favorecimentos nas diversas operações de venda realizadas pelo Novobanco.
Segundo a CNN, em cerca de 30 buscas são também visados escritórios de advogados, num caso que envolve igualmente o fundo Lone Star, avançando que em causa estão inquéritos antigos, que correm no DCIAP, e esta operação de buscas e recolha de documentação visa o encerramento dos mesmos – com despachos de acusação ou arquivamento.
Na mira da justiça estão suspeitas relacionadas com vendas abaixo dos valores de mercado de ativos valiosos do banco – gerando elevados proveitos com posterior pagamento de comissões indevidas.
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