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Perspectivas para 2025: o que esperar do mercado de crédito habitação em Portugal

O próximo ano será marcado pela descida das taxas Euribor, pelos efeitos limitados da garantia pública para jovens, pelos aumentos do preço das casas e do recurso a intermediários de crédito e pela relevância do certificado energético, de acordo com a intermediária de crédito Gestlifes.
12 Novembro 2024, 18h49

O mercado de crédito habitação em Portugal registou avanços significativos em 2024, com especial foco nos apoios a jovens até 35 anos, que incluem isenções fiscais na compra de casa e garantias públicas. Para 2025, espera-se que estas medidas continuem a moldar o setor imobiliário, com cinco grandes tendências a destacar, de acordo com os analistas da intermediária de crédito Gestlifes.

A primeira tendência é a descida das taxas Euribor. Nos últimos meses, a redução das taxas a 3, 6 e 12 meses tem sido notória e deverá intensificar-se em 2025, proporcionando um alívio nas mensalidades que as famílias pagam aos bancos. João Pereira, CEO da Gestlifes, recomenda a escolha de uma taxa de juro mista nos novos contratos ou a renegociação do crédito existente, para maximizar os benefícios financeiros.

Em segundo lugar, os efeitos limitados da garantia pública para jovens também merecem atenção. Esta garantia, que se tornou operacional em setembro, terá um impacto real em 2025. Contudo, especialistas alertam que os jovens poderão enfrentar prestações mais elevadas, uma vez que a taxa de esforço num crédito habitação a 100% do valor é superior à dos atuais 90% ou 80%.

A subida do preço das casas é outra tendência esperada. A ajuda destinada aos jovens poderá resultar numa subida inevitável do preço médio por metro quadrado, impulsionada pelo aumento da procura e pela oferta insuficiente de imóveis. João Pereira sublinha que, sem intervenções no lado da oferta, a escassez de imóveis à venda irá agravar a crise habitacional.

Além disso, a relevância do certificado energético ganhará destaque. Imóveis com classificação “A” poderão beneficiar de bonificações, como spreads mais baixos. O apoio do Estado a investimentos em habitações energeticamente eficientes tornará este tema cada vez mais relevante em 2025.

Por último, espera-se um aumento no recurso a intermediários de crédito. Atualmente, entre 70% a 90% do crédito habitação dos principais bancos portugueses é comercializado através de intermediários, como a Gestlifes. Em resposta a esta tendência, o Banco de Portugal implementará novas regras sobre como as entidades comunicam as suas ofertas.

Com essas tendências, 2025 promete ser um ano dinâmico para o mercado de crédito habitação em Portugal, apresentando tanto oportunidades como desafios para consumidores e para o setor imobiliário.

 

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