A cotação do barril de petróleo Brent para entrega em janeiro fechou na sessão de quinta-feira no mercado de futuros de Londres em baixa de 4,6%, para os 77,42 dólares. Hoje está a recuperar ligeiramente (+1%) para 73,63 dólares, mas muito longe dos tempos em que rondava os 100 dólares o barril. Desde o fim de setembro o preço do Brent caiu cerca de 19%. Os esforços da OPEP+ para fazer subir os preços estão a revelar-se inúteis, pois os investidores estão a deixar para trás os receios sobre o impacto da guerra israelita.
O sentimento do mercado volta a dar peso à realidade fundamental do petróleo bruto: há muito petróleo por explorar, o que leva alguns analistas a situar o preço do barril no caminho dos 50 dólares. Não é o caso do Goldman Sachs que numa nota de research sobre evolução e perspectivas do sector do petróleo para o próximo ano, situa o preço do petróleo no intervalo de 80 a 100 dólares.
“Esperamos que o crescimento da procura se mantenha sólido e que a oferta principal da OPEP se mantenha baixa em 2024. Esperamos, assim, que o mercado petrolífero se torne mais restritivo a um ritmo moderado, mas que preserve uma capacidade excedentária significativa para fazer face a choques de aperto, o que atrasa efetivamente o super ciclo”, refere o Goldman Sachs.
“Acreditamos que a OPEP assegurará que o Brent se situe num intervalo de 80 a 100 dólares, tirando partido do seu poder de fixação de preços, com um limite mínimo de 80 dólares proveniente da oferta da OPEP e um limite máximo de 100 dólares proveniente da capacidade disponível. Embora uma maior oferta não-OPEP ou um PIB mais baixo constituam riscos de queda para os preços, estimamos que o Brent se manteria próximo dos 80 dólares, a menos que a OPEP se tornasse menos assertiva. Este intervalo deve oferecer retornos robustos à vista (15% em 12 meses) e de transporte (12%), e também vemos valor de cobertura contra choques de oferta geopolíticos”, acrescenta o banco norte-americano.
Com um barril de brent que passou do máximo do ano de 96,5 dólares, a 27 de setembro, para ser negociado a 77 dólares, a grande questão é saber se a tendência de descida que então se iniciou vai parar nos próximos meses, ou se a descida que então se iniciou vai continuar até 2024. O Brent está na iminência de voltar a entrar em tendência de baixa (fá-lo-á se as quedas face aos máximos ultrapassarem os 20%), e muitos analistas alertam para a continuação da queda dos preços do petróleo, num mercado onde o excesso de oferta é evidente, e que só se alterará se a produção petrolífera sofrer um novo corte por alguma razão.
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