A Procuradoria-Geral da República (PGR) encontra-se neste momento a analisar uma denúncia anónima à atividade da empresa familiar de Luís Montenegro, de acordo com informação confirmada por fonte oficial do gabinete de Amadeu Guerra esta segunda-feira ao JE.
Perante as revelações dos últimos dias relativamente à atividade da empresa Spinumviva, que colocam em causa a ligação do primeiro-ministro a alguns grupos privados, como é o caso da Solverde (que tem uma avença mensal de 4.500 euros com a empresa agora gerida pelos filhos de Montenegro), o JE questionou a PGR sobre se haveria alguma denúncia sobre o caso e se a mesma estaria em análise, o que agora se confirma.
O primeiro-ministro anunciou este sábado que a empresa familiar Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.
O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).
Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.
“Portugueses, nunca cedi a nenhum interesse particular face ao interesse público e geral e assim vai continuar a ser”, assegurou Luís Montenegro.
Numa intervenção de cerca de 20 minutos, o primeiro-ministro justificou a decisão de não extinguir a empresa por considerar não ter “o direito de privar” os filhos da sua atividade profissional devido às suas funções políticas.
“Sinceramente, creio que se o nosso sistema político não aceita nem controla a conciliação entre a vida familiar e a vida política, nós vamos de uma assentada ter políticos sem passado e ter políticos sem futuro profissional”, disse.
A avença que mudou tudo
Spinumviva: o nome da empresa familiar está longe de ser o mais atrativo mas o caso que a envolva tem merecido atenção mediática esta semana. E o motivo é óbvio: a empresa da qual Luís Montenegro teria deixado de ser sócio maioritário em novembro de 2022 (antes de ser eleito líder do PSD) continua a faturar e a ter o primeiro-ministro na estrutura.
Esta sexta-feira foi conhecido um desenvolvimento importante sobre este caso. A empresa familiar que pertence a Luís Montenegro e a sua família, a Spinumviva recebe uma avença mensal de 4.500 euros, de acordo com a manchete do jornal “Expresso” desta sexta-feira. De acordo com o semanário, este contrato de consultoria e gestão de proteção de dados está em vigor desde julho de 2021 e é uma das fatias mais importantes das receitas mensais da Spinumviva: cerca de um terço dessas receitas.
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