O procurador-geral da República (PGR) disse hoje ter solicitado urgência para um despacho final nas averiguações preventivas que visam Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos e admitiu que teria preferido que tal tivesse acontecido antes das eleições.
“No meu ponto de vista, se tivesse sido possível, devia ter sido antes das eleições, mas isso não terá sido possível e, como tal, temos de respeitar o momento”, disse o PGR, Amadeu Guerra, em declarações aos jornalistas à saída da conferência da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), que assinalou hoje os seus 35 anos.
Amadeu Guerra disse que continua a pedir urgência aos procuradores para que seja produzido um despacho final.
“(…) Vou solicitando alguma urgência no despacho final, mas não vou entrar em detalhes de qual é que foi a informação pedida, se deram tudo, se não deram tudo”, disse.
O PGR disse que, tanto quanto sabe, os visados estão a colaborar com o Ministério Público (MP) na prestação de informação, mas desconhece se já chegou a informação solicitada ao líder demissionário do PS, Pedro Nuno Santos, a propósito da compra de uma casa em Lisboa, e ao primeiro-ministro Luís Montenegro, a propósito da sua empresa familiar Spinumviva.
“Penso que talvez já tenha havido alguma comunicação, mas não tenho a certeza. (…) Perspetivava-se que eventualmente hoje ou na segunda-feira pudessem ser entregues. Não sei se foram, porque também não tive a oportunidade de confirmar”, disse.
Amadeu Guerra explicou que, devido à campanha eleitoral em que ambos os líderes partidários estavam envolvidos, o MP aceitou que as respostas pudessem chegar apenas após as eleições “para dar a possibilidade de as pessoas apresentarem os elementos”.
A informação solicitada é de cariz contabilístico, disse o PGR, sem adiantar mais detalhes nem explicar se existe matéria para abertura de inquérito em qualquer dos casos: “Os procuradores é que estão a investigar, eu não estou a investigar, não me intrometo em investigações”.
Amadeu Guerra disse ainda esperar que a conclusão das averiguações preventivas seja rápida.
Sobre o pedido de Pedro Nuno Santos para ser ouvido pelo MP neste âmbito, e a possibilidade de Luís Montenegro, ou os seus filhos, virem a ser chamados a prestar declarações, o PGR disse que caberá ao MP decidir quem quer ou não ouvir e em que ‘timing’ os chama, admitindo que os procuradores possam querer primeiro estar na posse de toda a documentação.
No início da semana, o PGR tinha adiantado que o MP aguardava ainda o envio da informação adicional solicitada no âmbito das averiguações preventivas em curso.
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