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Philip Lane reforça que BCE está a “monitorizar de perto” a subida das yields

O economista-chefe do BCE garante que a instituição está pronta a usar a “flexibilidade” para evitar um aperto nas condições de financiamento, que seja incompatível com o combate ao impacto da pandemia na trajetória projetada da inflação.
25 Fevereiro 2021, 12h32

O economista-chefe do Banco Central Europeu (BCE), Philip Lane, assegurou que Frankfurt está a monitorizar a subida das yields e está pronto a usar a flexibilidade do programa de compra de ativos de emergência para conter um aperto das condições de financiamento da zona euro.

“O BCE está a monitorizar de perto a evolução dos rendimentos nominais dos títulos de longo prazo”, disse o economista, esta quinta-feira, durante o webinar “Conversas na CMVM”, organização pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, à semelhança do que foi sinalizado pela presidente da instituição, Christine Lagarde.

No início da semana, a presidente do BCE explicou que “dentro de um amplo conjunto de indicadores que monitorizados para avaliar se as condições de financiamento continuam favoráveis, são particularmente importantes as taxas de overnight indexed swap (OIS) sem risco e as taxas dos títulos soberanos, porque são bons indicadores iniciais do que acontece nos estágios a jusante da transmissão da política monetária, já que os bancos usam essas taxas como referência quando fixam o preço dos empréstimos às famílias e empresas”.

A mensagem foi esta quinta-feira repetida pelo economista-chefe do banco central, salientando o programa de compra de ativos de emergência e que Frankfurt irá “comprar com flexibilidade de acordo com as condições de mercado e com o objetivo de evitar um aperto nas condições de financiamento que seja incompatível com o combate ao impacto da pandemia na trajetória projetada da inflação”.

O economista-chefe do BCE destacou que as autoridades monetárias estão a monitorizar esta evolução, atendendo quer à OIS, quer as yields soberanas. “Além da relevância direta para as empresas e governos que se financiam no mercado de obrigações, são também bons indicadores iniciais do que acontece nos estágios posteriores da transmissão da política monetária”, acrescentou.

Philip Lane vincou ainda que “garantir condições de financiamento é fundamental para restabelecer o dinamismo da inflação e orientar a formação de expectativas de inflação através do compromisso do banco central em conter o choque pandémico negativo para a trajectória da inflação e garantir a convergência para o objetivo de inflação de médio prazo”.

Neste contexto, “um amplo estímulo monetário continua a ser essencial para preservar as condições de financiamento favoráveis durante a pandemia para todos os setores da economia”.

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