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Pobreza energética é mais acentuada nas Regiões Autónomas e Norte do país

Índice de Vulnerabilidade Energética Municipal proposto pelos investigadores da NOVA SBE mostra que nos Açores, Madeira, Minho, Trás-os-Montes e Beira Alta, a pobreza energética é mais elevada. Ao invés, os municípios do Centro e Alentejo são os de menor pobreza energética.
14 Dezembro 2023, 11h02

Nas Regiões Autónomas, no Minho, Trás-os-Montes e Beira Alta, a pobreza energética é mais elevada, com valores superiores a 25%, segundo o Índice de Vulnerabilidade Energética Municipal (IVEM). Já os municípios com menor pobreza energética são os do Centro e Alentejo, com valores do IVEM abaixo de 17%.

O indicador de vulnerabilidade energética municipal é uma nova metodologia proposta no trabalho “Pobreza Energética em Portugal: Uma análise municipal”,  da coleção “Perspetivas” lançado esta quinta-feira, 14 de dezembro, no âmbito do  projeto Portugal, Balanço Social, que se enquadra na Iniciativa para a Equidade Social, uma parceria entre a NOVA SBE, a Fundação “la Caixa” e o BPI.

O indicador é construído com base nos dados do Inquérito as Condições de Vida e Rendimento (ICOR2021) e dos Censos 2021.

Alandroal e Borba (no Alentejo) têm simultaneamente menor desigualdade na distribuição dos rendimentos e menor vulnerabilidade energética. Em sentido contrário, Angra do Heroísmo e Ponta Delgada (nos Açores) e São Vicente e Porto Santo (na Madeira) têm maior desigualdade e maior vulnerabilidade energética.

A Tarifa Social da Energia é mais comum nos municípios com um valor mais elevado de IVEM (na região Norte), o que indicia que a política é bem direcionada, mas, ao mesmo tempo, não permite erradicar a pobreza energética das famílias portuguesas. 

Os dados do ICOR 2021 permitiram também apurar que duas em cada 10 pessoas não conseguiram manter a casa aquecida e três em cada 10 vivem em casas com necessidades de reparação. A incapacidade para manter a casa aquecida é superior entre quem tem mais de 65 anos (24,3%), entre as pessoas com nove anos ou menos de escolaridade (24%) e entre as pessoas desempregadas (23,1%).

O estudo, que põe o foco na capacidade de manter a casa aquecida e na necessidade de reparações dos alojamento e tem como autores Bruno P. Carvalho, Miguel Fonseca e Susana Peralta, revela ainda que 30% dos agregados em Portugal viviam num alojamento sem aquecimento e 36% viviam num edifício com necessidade de reparações. Adicionalmente, quase 40% dos inquilinos vivem em edifícios com necessidade de reparações, uma percentagem 15 pontos percentuais acima da dos proprietários com empréstimo. 

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