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Polícia federal dos EUA acusa grupo pró-Israel de espiar norte-americanos

A decisão do Federal Bureau of Investigation (FBI) surge depois da Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) ter classificado como extremista o grupo Turning Point, liderado pelo ativista ultraconservador assassinado Charlie Kirk.
2 Outubro 2025, 11h14

O diretor da polícia federal dos Estados Unidos anunciou que a agência irá romper relações com a Liga Antidifamação, uma organização pró-Israel que Kash Patel acusou de espiar cidadãos norte-americanos.

A decisão do Federal Bureau of Investigation (FBI) surge depois da Liga Antidifamação (ADL, na sigla em inglês) ter classificado como extremista o grupo Turning Point, liderado pelo ativista ultraconservador assassinado Charlie Kirk.

“Este FBI não fará parcerias com frentes políticas que se fazem passar por agências de vigilância”, afirmou Patel, na quarta-feira, onde acusou a ADL de realizar “operações desonrosas de espionagem contra norte-americanos”.

O diretor da maior agência de segurança pública dos EUA divulgou na rede social X a mais recente entrevista à televisão norte-americana Fox News, na qual rejeitou a aproximação do FBI à ADL durante o mandato do antecessor, James Comey.

“Essa era acabou. Este FBI rejeita formalmente as políticas de Comey e qualquer associação com a ADL”, declarou Patel.

O ex-diretor “desonrou o FBI ao escrever ‘cartas de amor’ à ADL e ao incorporar agentes num grupo extremista que operava como uma organização terrorista”, defendeu o dirigente.

“Isto não era aplicação da lei; era ativismo disfarçado de antiterrorismo, e colocava os norte-americanos em perigo”, acrescentou Patel.

A menção às cartas vem de um discurso que Comey proferiu à liderança da ADL, em maio de 2017, em que afirmou que o FBI continuava “apaixonado” pela organização, para a qual já tinha escrito uma “carta de amor” em forma de discurso três anos antes.

A ADL designou o Turning Point como um grupo extremista, uma posição rejeitada por figuras proeminentes da direita conservadora nos Estados Unidos, como o bilionário e ex-conselheiro da Casa Branca Elon Musk e a congressista republicana da Florida Anna Paulina Luna.

A organização classificou o Turning Point como um grupo de ódio com “um papel significativo na política e nas eleições republicanas”.

A ADL acusou Kirk de radicalização, de promoção de “teorias da conspiração (…), de estigmatização da comunidade trans” e de promoção do nacionalismo cristão.

Após as críticas, a organização anunciou, na terça-feira à noite, a retirada imediata do glossário que esteve na origem da polémica.

A ADL alegou que, embora tivesse servido “como fonte de informação de alto nível sobre uma vasta gama de temas”, “um número crescente de entradas do glossário estavam desatualizadas”, com a presença de “várias entradas intencionalmente deturpadas e mal utilizadas”.

Charlie Kirk foi assassinado no início de setembro enquanto falava num evento, nos Estados Unidos.

Kirk, 31 anos, defendia, entre outras convicções, a ideia de que valia a pena sacrificar as vidas de algumas pessoas, assassinadas a tiro nos Estados Unidos, para que os cidadãos norte-americanos pudessem manter o direito de possuir armas de fogo.

O ativista, pai de dois filhos, era um aliado próximo do Presidente Donald Trump, que anunciou a atribuição a título póstumo a Kirk da Medalha Presidencial da Liberdade, a mais alta condecoração civil do país.

O alegado assassino – um jovem branco de 22 anos – enfrenta sete acusações, entre as quais a de homicídio qualificado, um crime passível de pena de morte.

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