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Polícia Judiciária: “Caso de Luís Giovani extravasou a investigação criminal e gerou alarme social”

A PJ disse esta sexta-feira que a investigação continua, apesar dos cinco detidos. O jovem cabo-verdiano, que estudava em Bragança, faleceu a 31 de dezembro de 2019 vítima de agressões físicas. “Isto não se trata de um crime de um país ou de outro ou de raças. Algumas das notícias minoritárias que foram veiculadas não têm qualquer fundamento”, assegurou Luís Neves.
17 Janeiro 2020, 12h43

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) disse esta sexta-feira que a investigação em torno da morte do jovem cabo-verdiano Luís Giovani Rodrigues continua apesar da detenção de cinco suspeitos. A “desavença” que acabou de forma trágica começou “num espaço lúdico” e não teve motivações raciais, de acordo com as autoridades policiais.

Luís Neves considera que o “alarme social que foi veiculado nos últimos dias” foi um problema de investigação criminal, no entanto, as diligências acabaram por desenrolar-se “total sigilo”. Em declarações aos jornalistas, o dirigente da PJ aproveitou para elogiar o trabalho de todos os profissionais nesta ação.

“A investigação iniciou-se com a comunicação dos factos que recebemos no dia 31. Tivemos um grande apoio da Polícia de Segurança Pública, a quem transmitimos uma palavra de gratidão”, começou por explicar aos meios de comunicação social.

A PJ garante que transmitiu as condolências ao pai de Luís Giovani esta manhã e falou igualmente com o embaixador de Cabo Verde em Lisboa. “Isto não se trata de um crime de um país ou de outro ou de raças. Algumas das notícias minoritárias que foram veiculadas não têm qualquer fundamento”, assegurou Luís Neves. “A Polícia Judiciária não tem medo”, sublinhou.

A PJ informou esta sexta-feira que deteve cinco suspeitos do falecimento de Luís Giovani Rodrigues, que estudava no Instituto Politécnico de Bragança (IPB). A detenção ocorreu através do Departamento de Investigação Criminal de Vila Real da PJ, depois de várias diligências de investigação que têm sido feitas desde o dia 31 de dezembro de 2019.

Ontem, a PJ procedeu a buscas domiciliárias, inquirições e interrogatórios a várias pessoas e, na sequência desta ação, foram detidos cinco homens, com idades entre os 22 e os 35 anos, “tendo sido apreendidos elementos probatórios relevantes”.

Os detidos serão presentes às autoridades para interrogatório judicial e aplicação de medidas de coação. “A investigação tem vindo a ser conduzida em estreita articulação com o Ministério Publico de Bragança, que é titular do inquérito”, explicam ainda as autoridades policiais, num comunicado divulgado esta manhã.

Luís Giovani dos Santos Rodrigues, de 21 anos e natural de Mosteiros (na ilha do Fogo), faleceu no último de 2019 no Hospital de Santo António, na cidade do Porto, depois de alegadamente ter sido espancado por dez indivíduos na cidade transmontana, a 21 de dezembro do ano passado. O jovem encontrava-se em Portugal desde outubro de 2019 para estudar Design de Jogos Digitais, no IPB.

Mais tarde, o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades de Cabo Verde disse que acreditava na justiça portuguesa e que esperava que os “culpados” fossem “ severamente punidos”. Luís Filipe Tavares pretende que o processo se desenrole com celeridade para o “esclarecimento cabal” do caso, que classificou de um “crime bárbaro”.

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