A luta do povo de Hong Kong pela independência começou há quatro meses, e os desacatos a favor da democracia continuam a impactar o mundo. Após a prisão de alguns manifestantes pró-democracia por rebelião, uma deputada norueguesa sustentou que o esforço do povo devia ser reconhecido.
Por essa razão, Guri Melby, membro do Partido Liberal norueguês, decidiu nomear o povo de Hong Kong para o Prémio Nobel da Paz de 2020. “Nomeei o povo de Hong Kong, que arrisca a sua vida e segurança todos os dias para defender a liberdade de expressão e a democracia fundamental, para o Prémio Nobel da Paz de 2020”, escreveu a política na rede social Twitter.
A mensagem remonta ao dia 15 de outubro, quando Melby visitou o território de Hong Kong. “Espero que isto seja um estímulo adicional para o movimento”, adicionando em outra publicação que ficou “chocada com as histórias de brutalidade policial e impressionada com a coragem dos manifestantes”.
Apesar do comité Nobel ser independente do Governo e do parlamento norueguês, as palavras de Guri Melby mereceram a atenção do Governo chinês.
“Os assuntos de Hong Kong são assuntos internos da China, não permitindo interferência de governos estrangeiros, organizações ou indivíduos. Apelamos à pessoa em questão para exercer caução nas suas palavras e atos (…) e para parar de interferir nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos internos da China”, disse a 17 de outubro o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Geng Shuang.
As tensões entre Oslo e Pequim recuam vários anos. Em 2010, a China bloqueou a relação que tinha com a Noruega, suspendeu a negociação de um acordo comercial com o país, e cancelou a importação de salmão norueguês, após o Comité Norueguês do Nobel atribuir o Prémio Nobel da Paz ao dissidente chinês Liu Xiaobo. Em 2016, a relação entre os dois países melhoraram quando a Noruega decidiu “não apoiar ações que debilitem os interesses chineses”, sendo que a nomeação vai contra esse acordo.
I have nominated the people of Hong Kong, who risk their lives and security every day to stand up for freedom of speech and basic democracy, to the Nobel Peace Prize for 2020 I hope this will be further encouragement to the movement: #StandWithHongKong https://t.co/HffCZcbwfc
— Guri Melby (@gurimelby) October 15, 2019
No entanto, esta não é a primeira vez que os manifestantes pró-democracia de Hong Kong são nomeados para o Nobel da Paz. Cerca de 12 membros do Congresso norte-americano nomearam os ativistas responsáveis pela ‘Revolução dos Guarda-Chuvas’ para os prémios Nobel em 2018, quatro anos após as manifestações que ficou conhecida pelos guarda-chuvas.
Ao jornal norueguês ‘Aftenposten’, Guri Melby afirmou que “a importância do que eles estão a fazer estende-se para além de Hong Kong, tanto na região como no resto do mundo”. “Específico que a nomeação vai para o movimento que está a fazer com que as manifestações aconteçam. Estive em Hong Kong na semana passada e as pessoas com quem conversei enfatizaram que este é um movimento social”, declarou Melby ao mesmo jornal.
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