A votação para a segunda volta das eleições presidenciais polacas terminou às 22 horas locais (23 horas em Lisboa) e uma sondagem à boca das urnas atribui a vitória ao moderado e europeísta Rafał Trzaskowski, mas por uma margem mínima: 0,6 pontos percentuais. Se vier a efetivar-se, Karol Nawrocki, apoiado pelos extremistas do Partido da Justoça (PiS), ficará em segundo lugar. A sondagem, da IPSOS, diz que o vencedor tem 50,3% dos votos e o vencido 49,7%.
“Sabemos que a diferença será pequena, segundo os meus cálculos mais ou menos 120 mil votos, considerando cerca de 23 milhões de votos emitidos”, afirmou o presidente da Comissão Eleitoral Nacional depois do fecho das urnas. Segundo aquele organismo, citado pela imprensa polaca, não há para já informação sobre a necessidade de recontagens. O presidente da Comissão Eleitoral Nacional, o juiz Sylwester Marciniak, acrescentou que a Comissão Eleitoral Nacional não prevê atualmente a necessidade de uma recontagem de votos devido à pequena diferença entre os candidatos.
Quando perguntado se a Comissão Eleitoral Nacional espera protestos após o anúncio dos resultados das eleições, Marciniak respondeu: “não quero causar nenhuma emoção negativa neste momento, vamos esperar pelos resultados oficiais. Um protesto eleitoral deve envolver um distrito específico e alegações específicas. Por favor, acalmem os ânimos do público. Espero que todos aceitemos os resultados, sejam eles quais forem”.
Apenas em cinco províncias a participação eleitoral deste domingo não ultrapassou 70%. A maior participação foi registada na província de Mazowieckie, onde chegou aos 77,6% e a menor foi na província de Opole: 63,2%. Ou seja, a abstenção terá ficado abaixo dos 40%, o que dá conta, referem os jornais polacos, da importância que o país deu ao escrutínio. A participação nas eleições de domingo terá chegado aos 72,8%.
O prefeito de Varsóvia, Rafał Trzaskowski, esteve à frente nas sondagens para a segunda volta das presidenciais desde o primeiro momento, mas a diferença em relação ao seu adversário veio diminuindo à medida à que a segunda volta se foi aproximando. Trzaskowski e a ‘sua’ partido Plataforma Cívica, de Tusk, obteve 31,36% dos votos na primeira volta, enquanto Karol Nawrocki, diretor do Instituto da Memória Nacional, apoiado pelo partido extremista de direita Lei e Justiça (PiS), obteve 29,54%.
Tusk, antigo presidente do Conselho Europeu e primeiro-ministro anteriormente – subiu nos rankings da União Europeia num contexto em que o bloco suspeita de que, na eventualidade de o regime russo ter ambições expansionistas, a Polónia esteja na linha da frente da guerra. Foi por isso que o polaco foi convidado recentemente para acompanhar o alemão Friedrich Merz, o francês Emmanuel Macron e o britânico Keir Starmer a visitar Kiev.
Tusk lidera o país da NATO que mais gasta em defesa, tem o maior exército da Europa (com a exceção da Turquia), e é um dos países da Europa que apresenta melhores índices de crescimento económico. Além disso, ‘reconciliou’ a Polónia com a União Europeia, depois da passagem do PiS pelo governo e das suas constantes ‘pegas’ com a Comissão. De qualquer modo, os analistas afirmam que o brilho de Tusk na política externa foi minado pelo seu desempenho lento dentro das fronteiras: a agenda de reformas internas foi bloqueada (na medida do possível) pelo atual presidente Andrzej Duda, aliado do PiS.
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