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Por cada euro que a SIBS investe, são gerados quase três euros na economia portuguesa

A SIBS tem um forte efeito multiplicador, uma vez que, por cada euro que investe, acaba por gerar, em média, 2,53 euros de produção na economia nacional. E por cada emprego a tempo inteiro criado na SIBS geram-se 6,43 empregos na economia portuguesa, revela um estudo da Nova SBE.
28 Maio 2025, 07h00

A gestora da rede Multibanco, SIBS, apresenta um efeito multiplicador notável, uma vez que, por cada euro investido, gera, em média, 2,53 euros de produção na economia nacional.

No que diz respeito ao emprego, o efeito multiplicador também é significativo. Dados de um estudo da Nova School of Business and Economics (Nova SBE) revelam que, por cada emprego a tempo inteiro criado na SIBS, geram-se 6,43 empregos na economia portuguesa.

A empresa aposta na inovação de produtos, tendo criado o Multibanco, MBWay, Via Verde, entre outros. Este trabalho faz com que “Portugal tenha uma liderança e destaque internacional, que é difícil de encontrar noutros setores e áreas de atividade”, afirmou Pedro Brinca, professor da Nova SBE e coordenador do estudo.

“A SIBS está no top 30 de empresas em despesas de atividade de investigação e desenvolvimento (I&D), estando cerca de três vezes acima das empresas do índice PSI em I&D/Receitas”, referiu.

Os dados mostram que a empresa tem 752,6 milhões de euros associados à sua atividade e 385,7 milhões de euros em valor acrescentado bruto (VAB). “Em termos de VAB, a SIBS representa um peso superior ao de 14 setores inteiros, de acordo com a classificação do INE a dois dígitos”, salienta o estudo.

Por cada milhão de euros de atividade económica direta gerada pelos gastos da SIBS, a produção do país aumenta 2,91 milhões de euros, o VAB aumenta 1,5 milhões, a receita fiscal cresce 0,12 milhões, as remunerações somam 0,75 milhões e, no que diz respeito ao emprego, há 39 novos postos de trabalho.

A produção da SIBS está acima de vários setores da economia portuguesa e isso é visível no emprego. Em 2024, 1.124 empregos a tempo inteiro na SIBS geraram 7.223 empregos igualmente a tempo inteiro na economia portuguesa, resultando num rácio de um emprego na SIBS por 6,43 empregos na economia.

A nível de produtividade, a empresa está bem posicionada, 157% acima da média nacional, 25% acima do setor, 40% acima dos Estados Unidos e 77% acima da média da União Europeia.

Segundo o estudo, a “elevada produtividade permite a retenção de talento através de uma elevada remuneração dos trabalhadores”.

“A produtividade é o que nos permite crescer”, afirmou João B. Duarte, professor da Nova SBE e autor do estudo.

Apesar dos resultados da SIBS, a produtividade continua a ser um problema na maioria das empresas, afetando os salários. “Se não resolvermos a estrutura industrial, não resolveremos a produtividade”, referiu Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, ressaltando que “as microempresas não têm capacidade para ter escala; como a produtividade é muito baixa, os salários têm de ser baixos”.

“É importante que as empresas cresçam em dimensão. É necessário alterar a estrutura fiscal, deixando de ser progressiva”, defendeu o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

Durante a apresentação do estudo, que decorreu na terça-feira na Nova SBE, Pedro Brinca referiu que o relatório Draghi sublinha que “quase todo o atraso da Europa face aos Estados Unidos se deve ao atraso na produtividade”, sendo que no “contexto europeu, isso é explicado pelo atraso na digitalização”.

“Há um enorme potencial no ecossistema de inovação”, afirmou Pedro Brinca sobre a SIBS. “Aquilo que melhora o nível de vida das pessoas é a inovação, a capacidade de criar mais valor com os mesmos recursos. O facto de a SIBS ser um ator importante na estimulação do nosso ecossistema de inovação é fundamental para o país”.

Já o professor Rui Coutinho comentou que “a SIBS teve de perceber que a inovação do negócio é muito relevante. Uma companhia que tinha poucos incentivos para inovar conseguiu evoluir”. “A SIBS conseguiu antecipar e tomar as decisões certas, que percebemos hoje como a evolução normal das coisas”, declarou.

Para o docente, a “inovação é uma espécie de apólice de seguros”.

“Se queremos crescer de forma sustentável e criar melhores condições de vida às pessoas, isso deve ser feito à custa do aumento da produtividade e da capacidade de criação de valor”, explicou Pedro Brinca.

O docente finalizou referindo que o principal desafio de Portugal e da Europa é “recuperar o atraso na digitalização”.

Em relação ao IRC, o estudo revela que a fintech representou 0,17% da receita total de IRC do país e 0,54% da receita de IRC do escalão específico.

“É importante que as empresas cresçam em dimensão. É necessário alterar a estrutura fiscal, deixando de ser progressiva”, defendeu o presidente da Associação Portuguesa de Bancos.

João B. Duarte salienta que “para Portugal é fundamental criar condições para atrair empresas e retê-las”, sendo que o IRC, na opinião de Vítor Bento, “é um fator que faz a diferença”.

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