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Portal da Queixa: Mais de 41% dos portugueses afirma que Governo e entidades públicas não lidaram bem com o apagão

O inquérito foi feito por via online, entre 29 e 30 de abril, com um universo de 2.829 participantes, com 98% dos inquiridos a ter nacionalidade portuguesa.
2 Maio 2025, 19h00

Um inquérito do Portal da Queixa, com 2.829 participantes, indica que mais de 41% dos portugueses defenderam que o Governo falhou na gestão do apagão que ocorreu a 28 de abril.

O mesmo inquérito adianta que 84% dos inquiridos considerou que a falta de acesso às comunicações foi a principal dificuldade sentida. “Além da falta de comunicação, mais de metade (57%) apontou a ausência de apoio ou informação como um dos principais desafios. E 18% sentiu dificuldade em aceder a água ou comida”, referiu o inquérito do Portal da Queixa.

Este mesmo inquérito considerou que mais de 41% das pessoas disseram que o Governo e as entidades públicas “não lidaram bem com a situação” e 19% aprovou a resposta das autoridades.

“Durante o período de apagão os portugueses encontravam-se sobretudo em casa (48,2%) ou no local de trabalho (33,2%). Segundo responderam os inquiridos, a interrupção afetou não apenas o quotidiano, mas também a saúde emocional da população, que se viu impedida de contactar familiares, aceder a informações relevantes e tomar decisões informadas”, diz o inquérito.

Nas operadoras, a Digi foi a que teve mais reclamações. Foram contabilizadas 504 queixas num único dia, logo após o apagão. “A Digi foi ainda a última operadora a retomar os serviços de forma plena”, refere o Portal da Queixa.

“Quando se perguntou qual a lição mais importante a tirar desta situação, a resposta foi clara: 42,1% defendeu que é essencial melhorar a comunicação em tempo real. Seguiu-se a garantia de condições mínimas de conforto (22,6%) e o apoio rápido aos cidadãos (21,1%)”, adianta o inquérito.

O fundador do Portal da Queixa, Pedro Lourenço, disse que o apagão que atingiu Portugal “evidenciou uma das maiores fragilidades da nossa sociedade atual, a dependência crítica das comunicações”.

Pedro Lourenço referiu que a dificuldade de aceder a redes e canais de informação “espoletou a sensação de isolamento e agravou” o stress coletivo.

“Em momentos de crise, é precisamente a comunicação que deve funcionar como eixo central de apoio e orientação. No entanto, o inquérito conduzido pelo Portal da Queixa revela também uma perceção preocupante sobre a atuação dos organismos públicos e do Governo, considerados ineficazes por grande parte da população. Este sentimento de insegurança só reforça a urgência de desenvolver planos de resposta mais eficazes, liderados pelo Estado, que garantam conforto, clareza e liderança quando o país mais precisa”, disse o fundador do Portal da Queixa.

O inquérito foi feito por via online, entre 29 e 30 de abril, com um universo de 2.829 participantes, com 98% dos inquiridos a ter nacionalidade portuguesa.

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