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Porto aproxima-se de Lisboa na liderança dos municípios mais sustentáveis de Portugal

Edição de 2019 do Rating Municipal Português da Ordem dos Economistas revela salto de 15 lugares da Invicta, sobretudo graças ao desempenho na sustentabilidade financeira e ao desenvolvimento económico e social. Lisboa continua a liderar, com Oeiras na terceira posição e Celorico da Beira no fundo da tabela.
7 Maio 2019, 07h47

Lisboa continua na primeira posição do Rating Municipal Português revelado nesta terça-feira pela Ordem dos Economistas, mas tem agora atrás de si o Porto, que subiu 15 lugares no ranking global e ultrapassou o concelho de Oeiras, relegado para a terceira posição. Potenciada pela melhoria de resultados nos critérios de sustentabilidade financeira e de desenvolvimento económico e social, a autarquia presidida por Rui Moreira pode, segundo o documento a que o Jornal Económico teve acesso, “facilmente atingir a primeira posição nos próximos anos se melhorar significativamente os indicadores de governance e ainda mais os indicadores relativos ao serviço ao cidadãos”.

O Rating Municipal Português de 2019 foi construído com base em indicadores relativos a 2018 – nos critérios de desenvolvimento económico e social, sustentabilidade financeira, serviço aos cidadãos e governance – e compara-se com uma edição anterior que dizia respeito a 2016. No entanto, o documento coordenado por Paulo Caldas, ex-edil do Cartaxo, que chegou a ser o mais jovem presidente de câmara em Portugal, salienta que 17 dos 30 municípios mais sustentáveis de 2018 já o eram em 2016 (tal como 11 dos 30 menos sustentáveis), visto que “os municípios (e os cidadãos) portugueses têm resiliência às mudanças e as medidas e ações corretivas implementadas num determinado momento só têm efeito anos depois”.

A primeira posição de Lisboa na lista dos municípios mais sustentáveis, com 291,46 pontos na ponderação do Rating Municipal Português (48 pontos acima do Porto), deve-se sobretudo ao desenvolvimento económico e social, visto que “em sustentabilidade financeira não tem bons resultados, muito pelo contrário, embora tenha vindo a progredir”. Logo atrás da capital, do Porto e de Oeiras vêm concelhos de pequena e média dimensão, como Bragança, Sines, Constância, Ponte de Lima, Vila Velha de Ródão, Aveiro e Vila Pouca de Aguiar.

Pelo contrário, o município menos sustentável é Celorico da Beira (distrito da Guarda), com maus desempenhos em todos os indicadores, nomeadamente enquanto segundo pior no serviço aos cidadãos e 22.º pior na sustentabilidade financeira. Os restantes nove piores são todos municípios de pequena dimensão: Góis, Alijó, Pampilhosa da Serra, Mourão, Santana, Castanheira de Pêra, Fornos de Algodres, Tabuaço e Ferreira do Zêzere. Em sentido contrário, Vila Real de Santo António deixou a última posição que ocupava na anterior edição do Rating Municipal Português ao melhorar substancialmente o desempenho na sustentabilidade financeira.

Melhores e piores por indicador

Entre os melhores municípios no que toca a sustentabilidade financeira estão Ponte de Lima, Porto e Fafe, enquanto Alijó, Castanheira de Pêra e Fornos de Algodres aparecem nas piores posições, quase completamente dominadas por autarquias de pequena e média dimensão, sendo a grande exceção Vila Nova de Gaia, que só tem melhor avaliação do que 26 autarquias.

Já no desenvolvimento económico e social, Lisboa e Oeiras são seguidas pelos municípios alentejanos de Sines e de Castro Verde, e ainda por São João da Madeira, interpondo-se o Porto entre os igualmente pequenos Campo Maior, Constância e Oliveira de Frades. Mas entre os 30 piores predominam concelhos de menor dimensão (Câmara de Lobos é a única exceção), com Barrancos, Tabuaço e Vinhais no fundo da lista.

No critério de serviço aos cidadãos volta a registar-se forte presença dos pequenos e médios municípios entre os melhores: Constância lidera, com Vendas Novas, Bragança, Vila Nova da Barquinha e Entroncamento a seguir. Raras são as presenças de municípios grandes entre os 30 melhores, cingindo-se a Vila Franca de Xira, Coimbra e Maia, sem posições de destaque. Mas nenhum dos grandes surge entre os 30 piores do estudo encomendado pela Ordem dos Economistas neste critério, sendo Góis, Celorico da Beira e Pampilhosa da Serra os que estão no fundo da tabela.

Mais surpreendentes são os resultados na governação. Castro Marim, Alfândega da Fé e Fronteira lideram e Vila Nova de Famalicão, num distante 12.º lugar, é o único representante dos municípios de grande dimensão. Mas entre os piores – ainda que não tão abaixo quanto Moura, Portimão e Lagos – abundam médios e grandes municípios da Área Metropolitana de Lisboa: Montijo, Moita, Seixal, Amadora, Odivelas, Almada e Sesimbra marcam presença.

 

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