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Porto Canal aguarda pronúncia da ERC sobre debates com Vitorino Silva depois de queixa do PCP

O Porto Canal decidiu convidar Vitorino Silva a debater com os restantes candidatos presidenciais depois das principais televisões terem-no deixado de fora, com a RTP a ter sido a única a recuar na decisão inicial. O PCP apresentou uma queixa para travar os debates no canal sediado no Porto por considerar que houve um alegado tratamento preferencial a Vitorino Silva. O Porto Canal argumenta que só tentou “repor a justiça na distribuição dos debates”. Todos os candidatos foram convidados e todos aceitaram debater com Vitorino Silva à exceção de João Ferreira.
  • “Não tenho dúvidas de que nestas eleições o RIR vai ser o ‘tomba gigantes’. É preciso um ‘tomba gigantes’. É preciso fazer com que os grandes desçam à terra, porque a terra é o que o dá equilíbrio.”
14 Janeiro 2021, 18h06

O Porto Canal aguarda a pronúncia da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sobre os debates que vai realizar entre Vitorino Silva e vários outros candidatos às eleições presidenciais.

O PCP apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE) queixando-se de um alegado tratamento preferencial dado pelo canal televisivo sediado no Porto ao candidato Vitorino Silva.

A CNE remeteu o processo para a ERC que vai agora decidir se os debates vão avançar ou não. Recorde-se que em dezembro as três principais televisões em Portugal deixaram Vitorino Silva de fora dos debates presidenciais. A RTP corrigiu o tiro mais tarde e acabou por incluir o candidato também conhecido por Tino de Rans, mas os debates decorreram na RTP 3 e não no canal principal como com outros candidatos. Já a SIC e a TVI deixaram-no mesmo de fora.

Na altura, o Porto Canal decidiu agir e convidar Vitorino Silva para realizar vários debates com todos os outros candidatos de forma a corrigir o que considera ser uma “injustiça”, por o candidato ter ficado de fora dos debates na SIC e TVI.

Depois de recebida a queixa por parte do PCP, a CNE foi “reportar à ERC e pedir que seja feita uma medida provisória para impedir os debates, sem prejuízo depois de outra decisão final que venha a ser tomada”, disse ao Jornal Económico o diretor de informação do Porto Canal.

“Estou à espera de que a ERC me comunique que, de facto, não posso fazer os debates, e espero que possa defender a realização dos mesmos, tenho alguns argumentos a sustentar a nossa posição de fazer os debates”, explicou Tiago Girão.

O responsável diz que não consegue “compreender a decisão e a tomada de posição do PCP. O Porto Canal tentou acabar com uma injustiça, ou repor a justiça na distribuição dos debates, uma vez que o Vitorino Silva tinha sido excluído numa primeira fase dos debates todos nas televisões. Foi nesse sentido que quisemos realizar os debates para colocar tudo em pé de igualdade”.

O Porto Canal formalizou com “todas as candidaturas a abertura para fazer” os debates e até se mostrou disponível para “realizar mais debates desde que as candidaturas se entendam entre si e que haja disponibilidade de grelha. Nunca quisemos só beneficiar esta ou aquela candidatura, não foi esse o objetivo. A RTP fez o seu trabalho para reparar um erro. Mas quando formaliza o convite ao Vitorino Silva já tínhamos os debates todos”.

“Foi com grande espanto que vimos esta posição do PCP e da candidatura do João Ferreira. Até porque o João Ferreira não esteve preocupado quando o Vitorino Silva foi excluído dos debates, não se mostrou minimamente preocupado. Todas as outras candidaturas aceitaram desde logo discutir com Vitorino Silva”, sublinhou.

Ao contrário dos restantes candidatos, o PCP não aceitou realizar o debate com Vitorino Silva no Porto Canal. Tiago Girão explica que “numa primeira fase, o PCP disse que vai aguardar pela validação da candidatura de Vitorino Silva pelo Tribunal Constitucional, quando nenhuma candidatura ainda tinha sido aceite. Prova disso, foi que houve candidaturas que tiveram de estar a fazer acertos à última hora, como a Iniciativa Liberal e o Chega. Numa segunda fase, vieram com esta questão do desequilíbrio que iria causar”.

O diretor de informação espera agora que o Porto Canal possa se defender nesta questão antes de a ERC tomar uma decisão. “Não faço ideia quando a ERC se vai pronunciar. O primeiro debate está agendado para domingo. Para já, mantemos tudo. Aguardamos também a possibilidade de nos defendermos nesta questão e de apresentarmos os nossos argumentos”, concluiu Tiago Girão.

As eleições presidenciais estão marcadas para domingo, 24 de janeiro. O agendamento dos debates no Porto Canal está previsto arrancar no próximo domingo: Vitorino Silva-Marisa Matias (17/01); Vitorino Silva-André Ventura (18/01); Vitorino Silva-Marcelo Rebelo de Sousa (20/01); Vitorino Silva-Ana Gomes (21/01); Vitorino Silva-Tiago Mayan (22/01).

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