Porto com Porto quer levar 50 ideias à câmara em 2025

O movimento cívico Porto com Porto é uma mescla – como já houve várias antes, nomeadamente uma tentativa de organizar um partido regional – que agrega elementos ligados a vários partidos, que vão do PS ao CDS, passando pelo PSD e por dirigentes regionais que orbitam entre uns e outros. Apresentado há um par de semanas com as águas do Atlântico aos pés, o movimento pretende ser, para já e por um lado, uma espécie de monitorizador da eficácia das políticas aplicadas no Porto; e, por outro, um ‘aconselhador’ dos melhores caminhos a seguir.

O histórico dos movimentos regionais em torno do interesse geográfico comum não é dos mais brilhantes. O exemplo mais claro foi a tentativa de criação, há cerca de dez anos, de um partido regional. Na altura, a mescla também existia, ali se encontrando personalidades tão diversas como João Anacoreta Correia (na altura um dissidente do CDS), Pedro Batista (um ex-maoista mais tarde apoiante de Rui Moreira, atual presidente da autarquia do Porto, entretanto falecido) e Narciso Miranda (ex-presidente de Matosinhos). O partido nunca passou das intensões e os envolvidos acabaram por divergir para outros projetos – tendo alguns deles abandonado a política ativa.

O novo grupo pretende agora fazer a sua primeira aparição pública. “Marcado para as 9 horas, no auditório da Secção Regional do Norte da Ordem dos Médicos, o evento vai analisar as três áreas que foram identificadas pelo Porto com Porto como as que mais preocupam os portuenses: segurança, mobilidade e urbanismo”, refere um comunicado da organização. Considerado um momento decisivo no arranque da primeira grande iniciativa do movimento Porto com Porto”, o encontroo “tem por objetivo elaborar uma lista de 50 propostas para apresentar ao gabinete de Rui Moreira, em janeiro de 2025”.

Entre os presentes – que se supõe estarem engajados com o movimento – estão o socialista José Luís Carneiro, e os social-democratas José da Silva Peneda, António Tavares e Rui Rio – que encerrará o encontro. Dois deles têm conhecidas pretensões a terem um papel de relevo na autarquia do Porto – pelo que, mais cedo ou mais tarde, regressarão, em princípio, aos campos opostos onde evoluíram em termos de carreira política.