Os portos das ilhas de São Nicolau, Sal e Santo Antão formam o trio de infraestruturas incluídas nos “grandes projetos” que a Enapor tem em ‘pipeline’ para os próximos anos, declarou o presidente do conselho de administração da autoridade portuária cabo-verdiana.
Em entrevista à agência noticiosa “Inforpress”, Jorge Maurício lembrou, no entanto, que a “grande prioridade” é o Porto Inglês, na ilha do Maio, em que se fez uma gestão “criteriosa e eficiente” do projeto, que, neste momento, tem as obras já em curso, com a montagem dos estaleiros e chegada dos equipamentos (embora não sejam visíveis para o grande público).
Em relação ao porto da Palmeira, na ilha do Sal, informou a mesma fonte, está concluído o molhe número um, mas faltaram as condições financeiras para terminar o projeto, ou seja, ficou a faltar toda a superstrutura terrestre.
Neste momento, a montagem financeira está em finalização, para se lançar o concurso para a parte da superestrutura portuária, que inclui parque de estacionamento, parque de contentores, oficinas, escritórios, centros de pequenas encomendas, “num formato que desenhamos e que está a funcionar bem nos porto da Praia e no Porto Grande”, e também uma estrada de acesso ao novo molhe construído, segundo Jorge Maurício.
Para o porto do Tarrafal de São Nicolau, a Enapor encontra-se a ultimar a atualização do ‘masterplan’ e a negociar terrenos à volta do porto, que são privados. Dessa forma, a empresa terá toda a documentação pronta para avançar à próxima fase: a montagem do projeto e a montagem financeira.
Relativamente ao porto do Porto Novo, em Santo Antão, a Enapor já tem as opções técnicas para a expansão do porto, já que a primeira fase “não trouxe qualquer valor acrescentado, infelizmente”.
“O projeto era maior, é verdade, não houve condições financeiras para o concluir, e a fase executada não trouxe valor acrescentado nem à mercadoria, nem aos passageiros e nem aos navios”, concretizou o responsável, daí, assinalou, “urge dar continuidade” ao projeto, expandir, ter condições para receber navios de maior porte, cruzeiros e de carga geral, e duas rampas roll-on roll-off para permitir em simultâneo dois navios a operar.
Questionado sobre previsão de datas para arranque das obras, o presidente do conselho de administração da Enapor explicou que falar de datas em projectos portuários não é fácil. “Ainda por cima em Cabo Verde em que, hoje, falar de datas tornou-se algo muito sagrado, rígido, mas projectos do tipo não se coadunam com datas”, concretizou, até porque, continuou, implicam estudos, montagem financeira, montagem legal e administrativa e montagem concursal, várias etapas que requerem “muito trabalho e eficiência”, frisou.
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