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Portugal captou 27 milhões no Conselho Europeu de Inovação em dois anos

Balanço da Agência Nacional de Inovação (ANI) revela que, em conjunto, os dois instrumentos do Conselho Europeu de Inovação financiaram 30 projetos com participação de entidades portuguesas.
30 Março 2023, 14h45

Desde que arrancou, em março de 2021, o Conselho Europeu de Inovação financiou empresas deep tech portuguesas com cerca de 27 milhões de euros, revela um balanço da Agência Nacional de Inovação (ANI) divulgado esta quinta-feira, 30 de março.

A maior fatia da verba, 22 milhões de euros, proveio do European Innovation Council (EIC) Accelerator, o principal instrumento da iniciativa integrada no Horizonte Europa. Já o EIC Pathfinder, contribuiu com 4,9 milhões de euros, o que corresponde a 28% do financiamento total obtido por Portugal.

Em conjunto, os dois instrumentos financiaram 30 projetos com participação de entidades portuguesas.

O EIC Accelerator apoia startups e PME com tecnologias disruptivas a desenvolverem negócios à escala global, através da oferta de financiamento a fundo perdido de até 2,5 milhões de euros, combinado com investimentos de capital próprio até 15 milhões vindo do Fundo do Conselho Europeu de Inovação. Todos os projetos beneficiam de uma gama de serviços de aceleração de negócios que proporcionam acesso a oportunidades de investimento e crescimento a nível mundial. Este programa está aberto em contínuo, desde 2021, tendo três datas anuais para avaliação das candidaturas.

O  Pathfinder financia ideias e tecnologias disruptivas e de baixa maturidade tecnológica, até 4 milhões de euros. Até agora foram aprovados nove projetos. Stemmatters, com sede em Guimarães:1,8 milhões de euros concedidos a dois projetos na área da saúde: PAT4CGT – Automated online monitoring & control to improve processes and decision making in cell and gene therapy manufacturing e CAR T-REX – CAR T cells rewired to prevent EXhaustion in the tumour microenvironment.

A empresa Silicongate, do Porto, foi o segundo maior financiamento: 0,7 milhões para o projeto UPSIDE – Focused Ultrasound Personalized Therapy for the Treatment of Depression, também na área da saúde.

Portugal tem vindo a ter uma performance extremamente positiva no Horizonte Europa e este balanço no acesso a financiamento por via do Conselho Europeu de Inovação vem confirmá-lo. É de destacar a capacidade que as entidades de I&D em Portugal e as empresas vêm demonstrando de participar e até coordenar projetos verdadeiramente deep tech à escala mundial”, afirma António Grilo, presidente da ANI.

 

                                                                                                                   EMPRESAS APOIADAS PELO EIC ACCELERATOR

C2C-NewCap. Tecnológica, localizada em Odivelas, captou um investimento de 5,4 milhões de euros para desenvolver e trazer para o mercado dois produtos à base de tecnologia de supercondensador para substituir baterias de chumbo em veículos pesados e condensadores de tântalo. O chumbo é um metal tóxico e o tântalo uma matéria-prima crítica e com origem em países com conflitos políticos e sociais. As baterias de chumbo e condensadores fazem parte do nosso dia a dia, estando presentes em veículos e aparelhos eletrónicos, respetivamente. As tecnologias disruptivas desenvolvidas pela C2C-NewCap trazem uma solução eletroquímica mais sustentável que maximiza a utilização de energia, e minimiza custos operacionais e ambientais.

Immunethep. A empresa do Biocant Park, em Cantanhede, está a desenvolver uma vacina que protege contra cinco bactérias responsáveis por 80% das infeções bacterianas em humanos. Estas bactérias representam um grave problema devido à sua resistência a antibióticos. A vacina é estável em diferentes temperaturas o que a torna de fácil armazenamento e transporte. A Immunethep vai receber 2,5 milhões de euros numa primeira fase, tornando-a elegível para um investimento adicional que lhe permita dar seguimento aos ensaios clínicos e escalar a nível mundial.

WATGRID. Localizada no Creative Science Park, em Aveiro, a empresa viu financiada uma tecnologia que faz a recolha de dados em tempo real através de uma plataforma de análise para ajuste automático dos parâmetros do processo de vinificação, podendo tornar o processo mais sustentável. O projeto teve financiamento aprovado de 2,8 milhões de euros.

RUBYnanomed. Empresa de Braga recebeu 7 milhões de euros para trazer para o mercado mundial o projeto BRIGHT, um novo sistema de diagnóstico de metástases do cancro da mama.

Arboreabiofoods. Esta empresa do Porto viu o projeto Biosolar Leaf, ser financiado em 2,3 milhões de euros. O objetivo  é desenvolver uma tecnologia de produção de microalgas em larga-escala para o mercado da proteína alimentar.

AI4MedImaging Medical Solutions. Localizada em Braga, esta empresa criou um software clínico baseado em inteligência artificial (IA) para relatórios de ressonância magnética cardíaca totalmente automatizado.

Peek Health. Desenvolveu um sistema baseado em IA para cirurgia ortopédica que ajuda os cirurgiões a automatizar totalmente o planeamento pré-operatório da osteotomia do joelho. A empresa de Braga teve um financiamento aprovado de 2,2milhões de euros.

 

 

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