[weglot_switcher]

Portugal com desempenho acima da média da OCDE nos indicadores de qualidade de saúde primários

Estudo da ERS, divulgado esta quinta-feira, revela que Portugal apresentou, em 2022, um desempenho melhor do que a média da OCDE, quer nas admissões hospitalares evitáveis, quer no indicador relativo às admissões hospitalares por motivo de amputações major de membros inferiores em diabético.
médicos
2 – Médicos de família e de clínica geral
11 Junho 2024, 13h39

Os cuidados de saúde primários em Portugal tiveram em 2022 um desempenho de qualidade acima da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), revela um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) divulgado esta quinta-feira, 11 de junho.

“A comparação de indicadores internacionais de qualidade revelou que Portugal revelava um desempenho acima da média da OCDE, quer nos indicadores relativos às admissões hospitalares evitáveis, quer no indicador relativo às admissões hospitalares por motivo de amputações major de membros inferiores em diabéticos, para o ano de 2022”, conclui a avaliação do desempenho das Unidades de Saúde Familiares (atualidade) e das Unidades de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) no período entre 2019 e 2022.

Os internamentos evitáveis são considerados pela OCDE uma medida indireta para aferir a qualidade dos Cuidados de Saúde Primários (CSP) e doenças a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica, a insuficiência cardíaca e a diabetes são passíveis de ser tratadas ao nível dos cuidados de saúde primários.

Neste área, refere o estudo, Portugal “destacou-se como o terceiro do grupo dos países da OCDE com menor número de admissões hospitalares motivadas por condições clínicas como asma, doença pulmonar obstrutiva crónica e insuficiência cardíaca”.

Portugal também registou valores inferiores à média da OCDE nas admissões hospitalares devido a amputações de membros inferiores em doentes diabéticos, o que atesta a qualidade dos CSP  para prevenir a evolução da doença e as suas complicações.

No final de 2022, de acordo com o estudo da Entidade Reguladora da Saúde, 87% dos utentes inscritos em USF e UCSP tinham médico de família atribuído, com as USF a apresentar uma percentagem da população com acesso a esses especialistas de medicina geral e familiar “marcadamente superior às UCSP”.

“Ao nível da eficiência técnica, da aplicação da metodologia de Data Envelopment Analysis (DEA), aplicada aos dados da atividade de 2022, concluiu-se que as USF exibiram um score médio de eficiência superior às UCSP”, refere o estudo da ERS.

De acordo com o estudo, em dezembro de 2022, trabalhavam nos CSP em Portugal continental um total de 6.056 médicos e 6.517 enfermeiros. Nesse ano, foram realizadas 32,7 milhões de consultas médicas nos cuidados primários, mais do que as 29 milhões efetuados em 2019. Em contrapartida, as consultas de enfermagem totalizaram 15,5 milhões, em 2022, contra 17,2 milhões em 2019.

Em 2022, a despesa salarial dos médicos dos CSP ascendeu a quase 360 milhões de euros, um diminuição de 0,9% em relação ao ano anterior, e a dos enfermeiros a perto de 190 milhões de euros. A região Norte liderou com 153 milhões de euros de despesa com pessoal médico, seguindo-se a região de Lisboa e Vale do tejo, com 112 milhões de euros.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.