A Companhia de Seguros de Crédito (COSEC) alerta que deverá haver mais 30 milhões de desempregados não incluídos nas estatísticas oficiais do desemprego a nível mundial, o que representa uma quebra do consumo interno global 12 mil milhões de euros mensais.
Em Portugal, esse número é de 40 mil desempregados ‘invisíveis’, isto é, fora da lista oficial de desemprego, mais 0,7 pontos percentuais (p.p.) do que o indicador oficial do INE aponta.
Este acréscimo do desemprego significa menos 15 milhões de euros mensais de consumo interno. Estes trabalhadores são abrangidos por regimes de assistência social, como o lay-off, que, pela sua natureza, são incluídos para fins estatísticos fora da população desempregada.
Citando um estudo da Euler Hermes, que analisou 25 economias da OCDE e emergentes, a COSEC refere que, em alguns casos, a taxa real de desemprego poderá estar 10 p.p. acima da estimada, particularmente nas economias em desenvolvimento. Por exemplo, na África do Sul estima-se um desfasamento entre o desfasamento de 16,7 p.p., no Chile de 15,8 p.p. e no Brasil de 10,4 p.p.
Mas também em economias mais desenvolvidas se verifica esta diferença. Em Espanha, por exemplo, o estudo indica que a taxa real de desemprego esteja nos 21,9%, uma diferença de 6 p.p. em relação aos valores oficiais. Na Irlanda, a diferença deverá ser igual, deixando a taxa de desemprego real em 11,4%. Em cada um dos países, o impacto no consumo é forte, com quebras mensais de 927 milhões de euros no caso espanhol e 166 milhões no irlandês.
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