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Portugal continua a ser atrativo, mas tem de fazer melhor

Garantir estabilidade e combater a burocracia e a morosidade dos processos é essencial para que Portugal continue a ter destaque internacional como país de destino.
5 Julho 2025, 11h00

Portugal continua a ser um destino atrativo para o investimento, mesmo que o brilho da sua imagem se tenha desvanecido um pouco nos últimos dois anos, segundo João Moura, Partner da EY de Real Estate, Hospitality, Construction, que participou na Advisory Summit 2025, promovida pelo Jornal Económico, com o apoio da EY Law, VdA, PLMJ e Morais Leitão.

Coube a João Moura fazer um retrato do estado da arte e responder se Portugal é atrativo para os negócios. Sim, continua a ser atrativo. E esta inversão de ciclo deve ser encarada como um desafio, se o país quiser continuar a manter uma posição de destaque no quadro da captação de investimento direto estrangeiro (IDE).

Instabilidade política e instabilidade fiscal e jurídica continuam a marcar a imagem de Portugal no exterior, especialmente depois de três eleições legislativas em três anos, assim como a morosidade, que radica na burocracia de processos – com impacto real no custo financeiro das operações de IDE. Polémicas como as queixas de que o país promete, mas depois não entrega, penalizam a imagem.

A resposta foi dada pelo secretário de Estado da Economia, João Rui Ferreira, que fez a abertura do Advisory Summit a garantir que o Governo tem como objetivo continuar a angariar investimento para estimular o crescimento económico e que, para o conseguir, estabeleceu como prioridades a estabilidade regulatória e a simplicidade administrativa, que considerou um “fator essencial” na promoção da competitividade da economia portuguesa.

“Há uma determinação enorme do governo em eliminar tudo o que sejam processos redundantes, acelerar tudo o que sejam os processos de decisão e para garantir uma previsibilidade regulatória no país”, apontou.

A aposta tem de ser em mais valor acrescentado, mas também na internacionalização do tecido empresarial, aproveitando as vantagens competitivas de que o país dispõe e as que conseguir criar, acrescentou.

João Moura, na sua intervenção, elencou oportunidades para a melhoria dos processos para quem quer investir em Portugal. Propôs a criação da figura de private banking, alguém que na administração pública centralize soluções e as apresente de forma exequível. Depois, apontou que a AICEP tem de encontrar um hub de parcerias estratégicas com determinados países – ou seja, nem todo o IDE é igual. “Devemos dar especial atenção a países que vão ser parceiros de futuro”, disse. Parcerias, compra de tecnologia, procura de talento em Portugal, devem ser os critérios de seleção para que o país encontre os parceiros externos ideais. Para Moura, “fomentar o orgulho em ser português, reforçar a estabilidade fiscal e política, reter e chamar talento”, são essenciais.

Edição do Jornal Económico de 4 de julho.

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