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Portugal na média europeia nos gostos pela leitura. Papel ganha à internet

Na opinião dos inquiridos em relação ao preço das obras literárias, 44% diz que os preços são adequados e 37% afirma que os preços são elevados ou demasiado altos.
30 Abril 2019, 07h32

Em abril celebrou-se o dia mundial do livro e do direito de autor, mais precisamente a dia 23. Foi com base neste marco que a Picodi, uma plataforma de descontos, analisou o percurso dos livros em Portugal, e qual a relação dos leitores portugueses com a literatura.

Ainda que muitas livrarias antigas estejam a fechar, as grandes superfícies conseguem ganhar terreno à semelhança das livrarias online. Segundo os dados recolhidos pela plataforma, a procura por livros aumenta em agosto (13%), setembro (15%) e novembro (13%). Os meses entre março e junho são os menos propícios à leitura, sendo que se encontra com uma procura de apenas 4%.

No inquérito realizado pela plataforma, estes concluíram que existem mais mulheres (71%) a ler do que homens (60%). Assim sendo, 51% portugueses continuam a preferir uma livraria, seja em formato físico ou na internet, onde muitas vezes se proporcionam os melhores descontos.

No entanto, há nichos que ainda preferem bibliotecas (7%) e 5% dos leitores pedem livros emprestados aos amigos. Já 37% dos inquiridos admite que não chega a ler um livro por ano. Dos que lêem, 80% prefere comprar livros de papel nas lojas físicas, enquanto 31% prefere comprá-los em lojas online. Os ebooks estão a ganhar terreno, com compras a ascender os 13% nas lojas cibernéticas e 11% de download de fontes gratuitas.

Em relação aos fatores mais determinantes para a compra de um livro, os inquiridos apontaram a decisão própria como a razão mais importante, com 52%, não se deixando influenciar pelos outros consumidores, enquanto a recomendação por parte de amigos ficou em segundo lugar com 46%. O desconto no preço ficou em terceiro com 43%, e revelou que continua a ser um dos maiores fatores que os leitores têm em conta na hora de escolher a próxima leitura.

Na opinião dos inquiridos em relação ao preço das obras literárias, 44% diz que os preços são adequados e 37% afirma que os preços são elevados ou demasiado altos. Apenas 20% dos que participaram no questionário dizem que os preços são baixos.

Entre os géneros mais lidos pela população portuguesa está a ficção, com 74%, seguido pela literatura científica e pelos livros didáticos com 35% e pela não ficção com 30%. Os livros de negócios ficaram em último lugar, com 13%. Dentro dos livros de ficção, 46% dos leitores preferem ler romance, 28% gostam de policiais e 6% de banda desenhada.

Grande parte dos portugueses apenas compra livros uma vez por ano, sendo que este número atinge 50% dos inquiridos. Cerca de 37% gosta de comprar livros uma vez por mês, enquanto 7% admite comprar uma vez a cada duas semanas e 6% compra livros todas as semanas.

Quando questionados sobre a razão da compra de livros, 48% garante que gosta de ler e 28% porque precisa do livro para estudar ou trabalhar. Por sua vez, 15% diz que oferece como prenda e 9% compra por estes serem “um remédio para o stress”.

Em comparação com os restantes 40 países analisados pelo estudo, Portugal encontra-se a meio da tabela, sendo que 65% dos inquiridos admitiu ter comprado um livro durante o último ano e 35% revelou que não comprou e não tem hábitos de leitura frequente. À frente de Portugal ficaram países como Nigéria, México, Brasil. A Turquia ocupa o primeiro lugar na tabela com 87% dos inquiridos a garantir que já comprou livros no último ano e apenas 13% a dizer que não adquiriu nenhum.

Rússia e Espanha estão em segundo e terceiro, respetivamente, com 82% e 81% de hábitos de compra de livros. Por sua vez, a Alemanha encontra-se no fundo da tabela com apenas 54% dos inquiridos a comprar livros no último ano. Singapura é o país analisado onde menos se lê, embora a maioria dos inquiridos (51%) garanta que comprou um livro durante o último ano.

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