[weglot_switcher]

Portugal e o plano do Professor António Costa Silva

Sendo eu um defensor de que os privados devem ser envolvidos cada vez mais naquilo que são as grandes decisões para o País, julgo igualmente que devemos ter algum cuidado na escolha dessas pessoas, ou no mínimo, aferir da sua visão macro para o País.
18 Setembro 2020, 07h45

Sendo eu um defensor de que os privados devem ser envolvidos cada vez mais naquilo que são as grandes decisões para o País, julgo igualmente que devemos ter algum cuidado na escolha dessas pessoas, ou no mínimo, aferir da sua visão macro para o País.

Passo a explicar: envolver privados, sim, porque chega de péssimas decisões, péssimo planeamento para o País, porque são decididos por teóricos, académicos, que nunca saíram para o mundo real empresarial, e acham-se simultaneamente senhores da razão e da competência. Infelizmente, a história financeira do País vem demonstrando o contrário, e deixaremos um legado muito pesado às gerações seguintes. Em segundo lugar, este governo acabou por ir ao encontro desta minha perspetiva, que saúdo, mas, contrata um professor, que não tendo pessoalmente nada a apontar a esta personalidade, veio demonstrar mais uma vez, em linha com vários setores da nossa economia, da nossa sociedade, que o País cinge-se ao território nacional. Pior que isso, fala ao longo do seu estudo, em Portugal.

Bom, eu vivo em Portugal, tenho orgulho nisso, mas na Ilha da Madeira. Pudemos constatar que não foi escrita uma palavra, uma consideração, um projeto, para a Madeira. Dirão os defensores do senhor que somos uma Autonomia!! Seria bom que essa Autonomia fosse reconhecida definitivamente pela República na sua plenitude, e como continuidade territorial. “Partidarites” à parte, veja-se a última intervenção do deputado Paulo Neves, eleito pela Madeira à Assembleia da República, feita ao Professor Costa Silva, a propósito deste tema. O Sr. Professor tinha até ótimos argumentos para colocar a Madeira no mapa com o seu estudo, usando p.e., o facto de sermos 3º maior registo de navios da Europa, de termos um Centro Internacional de Negócios a funcionar e a tentar crescer por via da cativação do investimento estrangeiro, de podermos ser um hub para os negócios relacionados com o mar. Por fim, e não menos importante, escreveu muito de turismo, e nem uma letra para a Madeira. Não sei se o adjetivo a atribuir a esta situação, enquadra-se melhor como caricato, ou como má fé, porque esquecimento seria ridículo. Meus caros, a Madeira e os Açores são Portugal, temos instrumentos que podem e devem ser usados para o crescimento regional, que será o crescimento nacional. As ferramentas existem, saibam usá-las. E nem precisam inventar, basta copiar o que outras geografias parecidas com a nossa fazem, e que possuem regiões autónomas. Bem hajam.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.